Gilberto Gil
“A premiação é motivo de orgulho para nós, brasileiros, e é também um merecido reconhecimento internacional da nossa cultura, especialmente das letras brasileiras”, disse. A autora de “A república dos sonhos” se tornou a primeira escritora brasileira e a primeira de língua portuguesa a receber o prêmio concedido anualmente, há 25 anos, pela Fundação Príncipe de Astúrias. Nélida Piñon também foi a primeira mulher, primeira brasileira e primeira escritora de língua portuguesa a receber o prêmio Juan Rulfo (1995) e o Prêmio Internacional Menéndez Pelayo (2003), assim como a única mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras (ABL). Segundo Gil, o novo prêmio une o nome da jornalista, contista e romancista brasileira ao de grandes escritores da literatura universal, como Mario Vargas Llosa, Gunter Grass, Juan Rulfo, Carlos Fuentes, Arthur Miller, além de outros brasileiros ilustres também contemplados com o prêmio Príncipe de Astúrias, como o arquieto Oscar Niemeyer e o fotógrafo Sebastião Salgado. “Portanto, nossa querida Nélida Piñon está, merecidademente, em magníficas companhias. Seu nome engrandece em todos os níveis a cultura brasileira”, afirmou Gil. O presidente da Academia Brasileira de Letras, o escritor Ivan Junqueira, disse que o prêmio ajudará a fomentar a literatura brasileira, que ele considera pouco conhecida nos países que não falam o português. “É uma oportunidade para mostrar ao mundo que o que se escreve em português também vale a pena ser lido e divulgado”, declarou Junqueira. O presidente da ABL disse que os escritores brasileiros sofrem por permanecer desconhecidos no mundo, mas afirmou que Nélida Piñon ajudou a promovê-los. Para o escritor brasileiro Eduardo Portela, amigo de Nélida, o prêmio foi merecido para uma “narradora superior da memória vital e do presente eternamente dilacerado”.