DOCTV Ibero-América 2

 

 

 

A produção independente acaba de ganhar mais espaço na teledifusão ibero-americana. A partir do dia 7 de setembro, documentários inéditos feitos no Brasil e em 12 países latino-americanos passarão a ocupar o horário nobre da televisão brasileira todas as sextas-feiras, às 22h40.

 

A iniciativa se insere no programa DOCTV Ibero-América, que reúne autoridades audiovisuais nacionais, televisões públicas e associações de produtores independentes em um modelo pioneiro de co-produção e teledifusão, envolvendo a Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, México, Panamá, Peru, Porto Rico, Portugal, Uruguai e Venezuela.

 

 

O governador de São Paulo, José Serra, esteve presente na solenidade juntamente com o ministro da Cultura, Gilberto Gil

 

 

O secretário do Audiovisual, Orlando Senna, durante seu discurso

 

Na noite de quarta-feira (29 de agosto), o ministro Gilberto Gil participou do lançamento da série, que lotou o auditório da Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Estiveram presentes representantes do setor e autoridades de diversos estados do país como o governador de São Paulo, José Serra; o secretário de Estado da Cultura da Bahia, Márcio Meirelles; o secretário municipal da Cultura de Recife, João Peixe; e o presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da Rádio e TV Cultura, Paulo Markun; dentre outras autoridades.

 

Espelhado no programa DOCTV, criado pelo Ministério da Cultura há quase cinco anos, o projeto já é reconhecido como uma das ações de maior alcance internacional no setor audiovisual. A partir da criação de um Fundo Financeiro Internacional – responsável pela organização jurídica e econômica das carteiras de co-produção, teledifusão e distribuição nos países ibero-americanos -, o programa disponibiliza US$ 100 mil para produção de cada documentário, garante a exibição dos filmes realizados em tevês abertas de todos os países envolvidos e oferece capacitação para a qualificação dos projetos.

 

Essa expressão internacional da política pública brasileira é um entre outros bem-sucedidos modelos de negócio do Programa DOCTV, como a Carteira Especial DOCTV, a publicidade institucional, a distribuição em Home Vídeo, além de ações junto ao mercado mundial de televisão.

 

Com uma gestão descentralizada, o programa alcançou estados brasileiros que nunca tinham veiculado documentários em cadeia nacional como, por exemplo, o Piauí. A partir de parcerias locais, o polo piauiense do DOCTV conseguiu obter R$ 100 mil adicionais para investir em mais um documentário no estado.

 

Outra referência no Programa é a Carteira Especial Mineira, que conseguiu articular recursos para a produção de mais três documentários junto a uma empresa de telefonia celular. Como contrapartida, foram disponibilizadas versões de um minuto dos filmes para download gratuito, possibilitando o ingresso do DOCTV na mobilidade.

 

“É a capilarização da produção, da sustentação e da transmissão. Esse é um programa exemplar, seminal, que está repassando generosamente a melhor tecnologia cultural brasileira para os nossos queridos países irmãos”, afirmou o ministro Gil. Lembrou, também, que é importante repassar essas tecnologias aos países que queiram adotar iniciativas similares, ou mesmo os projetos filhos desse programa, como o Documenta Brasil.

 

Idealizador do programa, o secretário do Audiovisual do MinC, Orlando Senna, explicou que um dos grandes diferenciais do projeto está em estabelecer um modelo de negócio que vai além das ações de apoio à produção e à difusão. “Esse é um programa auto-reprodutor. Há três anos, iniciamos o DOCTV com 35 documentários anuais e desde então esse número cresce porque os estados começaram a fazer os seus DOCTVs estaduais, incluindo seus filmes em cadeia nacional. Nesta última edição, por exemplo, foram produzidos 14 documentários além do previsto”, esclareceu Senna.

 

Paulo Markun, presidente da TV Cultura, também falou sobre a iniciativa. “Há dois dados interessantes desse programa. Primeiro, ele dá enorme apoio à produção independente, que tem poucos espaços nas redes comerciais; segundo, oferece grande apoio à regionalização da produção no Brasil e na Ibero-América nos dando a oportunidade de acompanhar a realidade dos países com os quais temos pouco diálogo”. A emissora transmitirá a série em todo o país através das emissoras associadas, organizadas pela Associação Brasileira de Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec).

 

O evento também contou com a participação do coordenador de Televisão e Novas Mídias da Secretaria do Audiovisual, Mário Borgneth, e da jornalista Cecília Garçoni, que durante o evento foi empossada como chefe da Representação Regional do MinC em São Paulo, pelo ministro Gilberto Gil.

 

A nova titular falou que pretende manter um relacionamento mais estreito e colaborativo com as secretarias e demais órgãos de Cultura nas cidades do interior do estado paulista. “São Paulo concentra boa parte das atividades culturais no Brasil, por isso é imprescindível que façamos essa aproximação”, observou Garçoni.

 

Após a solenidade, foi exibido o documentário brasileiro Jesus no Mundo Maravilha, de Newton Cannito.

 

 

Realização

 

O DOCTV IB é um programa da Conferencia de Autoridades Audiovisuales y Cinematográficas de Ibero-américa (CAACI), sob a coordenação executiva da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAV/MinC), Secretaría Ejecutiva de la Cinematografía Iberoamericana (SECI) e da Fundación del Nuevo Cine Latinoamericano. Tem como objetivo fortalecer o intercâmbio cultural e econômico entre os povos ibero-americanos a partir do conceito de operação em rede.

 

Já o DOCTV Brasileiro é realizado pela Secretaria do Audiovisual do MinC em parceria com a Fundação Padre Anchieta/TV Cultura e Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec) e apoio da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD). O programa tem como meta regionalizar a produção de documentários, articular um circuito nacional de teledifusão e viabilizar mercados para o documentário brasileiro.

 

As três primeiras edições do programa geraram 74 concursos estaduais DOCTV, com 2.329 projetos inscritos e 114 documentários viabilizados, gerando 3.026 horas de programação em sinal aberto por Tvs Públicas de todo país.

03/09/07

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