Veríssimo.

Veríssimo

 

O escritor brasileiro Luis Fernando Veríssimo afirmou que o Brasil é o “país mais desigual e injusto do mundo” em entrevista ao jornal português “Diário de notícias”. Para ele, isso influencia a literatura do país. Mesmo assim, “a situação não se resolve nunca”.

O autor de “As mentiras que os homens contam” disse que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil representou uma grande esperança para o país, por “seu siginificado simbólico”. No entanto, o governo está sendo “um pouco frustrante, de uma esquerda que chega ao poder e não faz política de esquerda”.

– Estou um pouco desiludido (com Lula). Principalmente porque a política econômica não é muito diferente da anterior. É uma política econômica ditada pelo capital financeiro internacional – assegurou o escritor.

Questionado sobre a situação mundial, Veríssimo considera que esta é uma “situação muito perigosa”, devido à polarização entre Estados Unidos e o fundamentalismo islâmico”.

– Estamos entre dois fundamentalismos radicais. De um lado o islamismo. Do outro, que não deixa de ser um fundamentalismo, o do presidente George Bush, um fundamentalilsmo do neoconservadorismo e da direita religiosa.

O escritor, cujas obras estão entre as mais vendidas no Brasil, considerou “admirar” a independência que Cuba mostra em relação aos EUA. Veríssimo destacou a importância que Cuba dá à saúde e à educação. E tachou de “execrável” que o presidente Fidel Castro se perpetue no poder. Mas fora isso não existe crítica política contra Cuba. O escritor considerou que, com Fidel Castro “mortou ou retirado do poder, ou o que seja”, a situação de Cuba melhoraria, pois com a abertura pode-se manter a “independência, as prioridades sociais, sem precisar necessariamente de uma ditadura”.

Na entrevista, Veríssimo falou, ainda, sobre a Academia Brasileira de Letras. Disse que não quer entrar porque “não tem temperamento, nem físico” para vestir o uniforme de imortal.

 

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