Um festival de cinema de olho no Mercosul

 

Com tantos festivais de cinema no país, o estabelecimento de um diferencial é bem mais do que algo desejável: é uma necessidade real. Em sua nona edição, o FAM 2005 (Florianópolis Audiovisual Mercosul), a se realizar até o dia 10, está procurando estabelecer o seu justamente através do caráter de evento oficial do Mercosul. Não que seja efetivamente oficial, mas está procurando se estabelecer nesta direção, ao exibir filmes dos países do Mercosul e ao convidar autoridades e dirigentes de órgãos cinematográficos destes países para debates sobre os rumos da atividade.

Mostra de longas-metragens não é competitiva

De um lado, haverá a Mostra de Longas Mercosul, com a exibição de filmes ainda inéditos comercialmente no Brasil, como os argentinos “Como un avión estrellado”, de Ezequiel Acuña, e “La esperanza”, de Francisco D’Intino; de filmes ainda inéditos na maior parte do país, como “Rua Seis, sem número”, de João Batista de Andrade; ou os inéditos apenas em Santa Catarina, caso de “Jogo subterrâneo”, de Roberto Gervitz. O festival destaca especialmente as exibições de “Cabra cega”, de Toni Venturi, e “Araguaya, conspiração do silêncio”, de Ronaldo Duque, este último ainda inédito, pelo caráter de revisão do período da ditadura militar — tema caro aos outros países do Mercosul — que os dois filmes possuem. A mostra não é competitiva. Já na seara dos curtas-metragens e dos vídeos, o festival é competitivo.

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