Trio Irakitan Canta em Todos os Estilos

Trio Irakitan

Há 55 anos, o trio Irakitan encanta seus fãs em todo o país com um passeio melódico por vários gêneros. Do bolero à fossa dor-de-cotovelo, da bossa nova ao samba-canção, do baião ao cateretê, foram 68 discos e 12 filmes, chanchadas e musicais dos anos 50 e 60. O trio, formado atualmente por Paulo Gilvan Duarte, 74 anos (único remanescente da formação original), e os irmãos Edil, 53, e Edilson Andrade, 50, gravou em Contagem, o 69º álbum da carreira, “Meu Amor Vai Te Encontrar”, produzido pelo compositor Antônio Bahiense, que será lançado no segundo semestre.
Hoje, a partir das 21 horas, o Irakitan faz única apresentação na casa noturna Nova Camponesa, em Belo Horizonte, com participação especial da banda Liberdade. Um dos mais antigos conjuntos vocais em atividade no mundo, o Irakitan visitou a redação do HOJE EM DIA, na tarde da última quarta-feira. O veterano Paulo Gilvan Duarte comentou a importância do público da capital mineira na trajetória do grupo.
“A gente se apresenta em Belo Horizonte desde o início da carreira. Fizemos apresentações antológicas em locais como o Elite e o Montanhez. A gente tem um público fiel e cativo na capital mineira, além de amigos de longa data como o compositor Pacífico Mascarenhas, que compôs uma música especialmente para este disco”, frisa Duarte.
O nome do grupo, que em tupi-guarani significa “mel verde”, foi dado por uma figura muito especial: o folclorista e pesquisador potiguar Câmara Cascudo. Para Gilvan Duarte, a longevidade do Irakitan tem uma única razão: a ausência de preconceito. “Nós passeamos pela história da música popular brasileira e nunca tivemos medo de sermos realmente populares. Não temos preconceito com nenhum gênero musical”, salienta o mais velho vértice deste delta musical.
O Irakitan conseguiu uma façanha: driblar a força inexorável do tempo. “O grupo não acabou quando o Edson Reis, o Edinho, morreu, nem quando o João Manoel, o Joãozinho, entrou em coma há mais de oito anos. A atual formação é a que mais se aproxima da original. Os timbres do Edil e do Edilson, que são irmãos, lembram os dos outros integrantes”, garante Duarte.
Para Edil Andrade, é uma honra integrar o Irakitan. “Eu escutava o grupo desde pequeno, em Sergipe, quando era escoteiro. Estava num acampamento e, de repenti, ouvi aquela melodia bem redonda, suave. Era o Irakitan”, frisa o cantor.
O repertório do show de logo mais à noite é repleto de sucessos destas cinco décadas e meia de carreira, como “La Barca”, “Aqueles Olhos Verdes”, “Três Palavras” e, claro, “Andorinha Preta”, música de grande significação na ressonância internacional em torno da história do grupo. “Foi esta música que o Nat King Cole ouviu na Venezuela e veio até o Brasil para conhecer a gente, quando gravamos um disco e saímos em nossa primeira grande turnê internacional”, conta Duarte. A trajetória do grupo será tema de uma biografia, escrita pela jornalista e pesquisadora Iris Camenha, obra ainda em fase de captação de recursos e que deverá ser lançada no segundo semestre deste ano.

“Trio Irakitan”. Show do grupo, com abertura da banda Liberdade. Hoje, a partir das 21 horas. Na Nova Camponesa (Avenida Brasil, 1477. Savassi). Mesa para duas pessoas: R$ 40; mesa para 4 pessoas: R$ 80. Informações: (31) 3261-3708. Apoio do HOJE EM DIA

 

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