“A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida”. John Dewey. Aprender é um processo que mobiliza tanto os significados como os sentimentos, ou seja, tanto os símbolos como as experiências a que eles se referem.
Assim a necessidade de aprender arte estaria relacionada com a necessidade de comunicação mais primária do ser humano. No caso do aprendizado da arte ficarão completamente abandonados objetivos como conseguir um diploma, um emprego ou ganhar dinheiro. A aprendizagem estará ligada, aqui no mais verdadeiro sentido, à ampliação dos elementos de linguagem com os quais o indivíduo irá relacionar o seu eu com os eventos do mundo.
De posse do conhecimento aprendido, o ser humano irá além da comunicação, à expressão. Mais do que apenas transmitir conceitos poderá, estimulados os seus mecanismos de criação, reflexão e percepção, manifestar os seus sentimentos.
Apesar dos slogans negativos de que “arte não se aprende”, “arte não é para se compreender”, o ensino da arte em todos os grupos, independente da classe social ou da faixa etária é de suma importância no processo de construção do conhecimento, possibilitando o desenvolvimento integral do ser humano.
Para Henri Lefebvre, a arte é social não apenas pelo sentimento compartilhado, mas também pela solicitação. Ao buscar a arte, mais do que a aprendizagem de uma técnica, o indivíduo busca uma aliada na expressão da sua sensibilidade perante o mundo. Por ser uma situação inusitada, o ensino à distância de técnicas artísticas, desafia o professor que a isto se propõe, fazendo-o repensar as mais simples questões como ensinar um aluno a pegar no pincel ou a reconhecer a face correta de um determinado tipo de papel, posicionar um modelo, desenvolver a sua criatividade e expressar a sua sensibilidade.
Como dividir este conhecimento através de um contato intermediado por uma mídia virtual? Como estabelecer uma linha de pensamentos sutis que envolvem sentimentos, estando tão afastados no espaço presencial? A partir do reconhecimento das necessidades, possibilidade e expectativas do aluno, que é o protagonista desta história – a essência do ensino a distância.
No ensino de técnicas artísticas, a teoria não será suficiente para dizermos que um assunto foi assimilado. A aprendizagem deverá levar em conta demonstrações, a aplicação dos conhecimentos através da experimentação. Um atelier virtual deve ter a sua arquitetura desenhada de modo que os artistas iniciantes tenham a possibilidade de manipular elementos visuais, arranjando, organizando formas, cores e linhas, até que possam, expostos a situações similares às reais, tecer o seu próprio estilo, a sua própria maneira de expressar seus sentimentos com técnica apurada e segura.
A criatividade não é um dom especial, que privilegia alguns poucos seres viventes. Todo ser humano possui um potencial criativo que na maioria das vezes permanece oculto. Cada vez mais as pessoas precisam liberar a sua criatividade e desta maneira permitir que os seus talentos internos aflorem e desta forma possam enriquecer suas vidas pessoais e profissionais.
É preciso perceber que, quando lidamos com o nosso dia a dia, estamos ao mesmo tempo lidando com questões ligadas à composição artística, à combinação das cores, das palavras, dos sons, das idéias. Tudo esperando se manifestar através da nossa criatividade.
* Referências
Maria de Fátima Seehagen é artista plástica, idealizadora e coordenadora do Atelier de Fátima (com sede em Cuiabá), que desenvolve um trabalho virtual de ensino artístico de forma contemporânea, através de ferramentas como o e-Learning.
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