Os brasileiros poderão, em um futuro próximo, ter acesso, por meio do processo de digitalização, ao precioso acervo visual e sonoro do Museu da Imagem e do Som (MIS), que completou 50 anos de existência quinta-feira (3).passada. Em breve, o museu ocupará um novo e moderno prédio, que está sendo finalizado na Praia de Copacabana, onde o público poderá conhecer de perto o acervo do MIS.
A cerimônia em comemoração ao meio século do museu, realizada hoje (2) à noite, na Sala Cecília Meireles, na Lapa, zona central do Rio, reuniu diversos representantes da cultura brasileira.
Secretária estadual de Cultura, Eva Rosental destacou a abertura do MIS a todo o país, com a digitalização gradual do acervo na internet. “Ele estará disponível a todos de forma contemporânea. Vamos investir em alta tecnologia. Será um museu conectado com o futuro. Temos o projeto do MIS Digital, de uma envergadura enorme. Estamos inaugurando o MIS Copacabana no primeiro semestre de 2016 e já estamos trabalhando no desenho do MIS Digital. É uma coisa gigantesca poder acessar não só no Brasil, mas no mundo.”
A criação do MIS foi obra do crítico musical e historiador da música popular brasileira Ricardo Cravo Albin. Segundo ele, o museu se irradiou e serviu de inspiração a outras entidades em diversos estados brasileiros. “Eu vejo um MIS renovado, aumentado e agregando muito mais coisas, inclusive o Museu Carmem Miranda. O [conceito do] MIS se espalhou pelo país. Estive em 17 estados participando da criação de novos museus.”
Fernanda Montenegro na cerimônia na Sala Cecília Meireles em comemoração aos 50 anos do Museu da Imagem e do Som (MIS) (Fernando Frazão/Agência Brasil)
A atriz Fernanda Montenegro destacaou importância do museu para preservação da área de teatroFernando Frazão/Agência Brasil
A atriz Fernanda Montenegro comemorou os novos tempos do MIS, destacando a importância do museu para preservação da área de teatro. “Está na hora da gente ter memórias. Na minha área [teatro], ninguém sabe quem é quem. Não deixamos nada além de fotos e o que falaram a seu respeito. Ninguém sabe quem é João Caetano, Dulcina [de Moraes], Procópio [Ferreira]. O ator existe enquanto está em cena e vive. Está na memória de quem o viu e está vivo.”
O atual acervo do MIS é formado por 304 mil documentos em vários suportes, incluindo 60 mil discos, sendo 17 mil do acervo da Rádio Nacional, e 93 mil fotografias, entre elas as do fotógrafo Evandro Teixeira, que se notabilizou registrando imagens durante as ditaduras militar do Brasil e do Chile.
Também fazem parte do acervo 1,1 mil depoimentos de diversas personalidades da cultura brasileira, entre artistas, cineastas, atores, músicos, escritores e jornalistas.
Faça um comentário