O mundo passará a ver o Brasil muito além da novela Escrava Isaura (TV Globo, 1976), primeira a ser lembrada quando o assunto é venda do audiovisual brasileiro para o exterior. Uma ofensiva liderada pela Secretaria do Audiovisual e pela Associação Brasileira de Produtores Independentes de TV (ABITV), em parceria com o Sebrae e a Agência de Promoções de Exportação do Brasil (PEX), em um ano fez circular US$ 7,7 milhões em negócios entre o Brasil e países como Chile, França, Kuwait, EUA, Espanha, Portugal, Itália, Canadá, Japão, México, Áustria, Polônia e Suécia. Ação que vai além do vender, promovendo também a estruturação do setor, o projeto mais do que superou as metas: a expectativa era atingir os US$ 6 milhões até maio de 2006.
O balanço do projeto, parte dele obtido pelo Estado, será apresentado hoje no 6.º Fórum Brasil de Programação e Produção, que começou ontem, em São Paulo, e discute as fronteiras da TV brasileira, como a TV digital, a relação entre cinema e TV e a regulamentação das comunicações. Hoje, o presidente do Conselho Consultivo da iniciativa e assessor especial da secretaria, Mário Diamante, faz uma exposição do trabalho no debate TV Globalizada: Explorando os Mercados Internacionais. Ao lado dele estará Jacques Gibout, diretor internacional dos principais mercados de produção audiovisual, como o MIPCom que comemora 20 anos em outubro e tem o Brasil como tema principal.
Excelente sinal. Gibout vem ao Brasil, entre outras coisas, para auxiliar na capacitação dos produtores brasileiros, que vem sendo feita pelo Sebrae, com a realização de diversos cursos. Agora, eles sobem de nível no mercado internacional e deixam de ser as figuras que vagavam pelas feiras com suas pastas de projetos debaixo do braço. Gibout participa amanhã, do 1.º Encontro ABPITV de Capacitação para o Mercado Internacional, em que discute a distribuição da produção audiovisual.
Antes, hoje, Gibout debate o diferencial brasileiro diante do mercado global, dá informações sobre o mercado europeu e aconselha como as empresas devem proceder para entrar de vez no mercado mundial. Em conversa com o Estado, ele apontou outro avanço e informou que o presidente francês Jacques Chirac e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinam em 14 de julho, data da Queda da Bastilha, o Acordo de Co-Produção Brasil – França, que viabilizará oficialmente produções para cinema e TV entre os dois países.
Para discutir a ampliação da participação do Brasil no mercado internacional de TV, também chegam José Eduardo Moniz, diretor-geral da TVI de Portugal, Claude Joli-Coeur, do Canadá, e François Sauvagnargues, do canal Arte, emissora franco-alemã.
6,5 milhões de dólares: essa era a meta de arrecadação prevista para ser atingida até 2006 e já foi superada antes de terminar o ano de 2005
7,7 milhões de dólares é o valor já alcançado até agora em 2005 – com menos de um ano de vigência do projeto (US$ 4,5 milhões em 2004 e US$ 3,2 só na feira MIPTV, realizada em abril)
26 empresas foram beneficiadas até o momento
13 países já fecharam negócios com o Brasil, comprovando a abrangência de interesse por nossos produtos culturais. Os países são Chile, França, Kuwait, Itália, Estados Unidos, Espanha, Canadá, Japão, México, Áustria, Portugal, Suécia e Polônia.