O Recife será a única cidade brasileira a receber a exposição Die Welt als Ganzes (O Mundo como um Todo), que traz obras representativas da fotografia alemã após a reunificação do país, em 1989. A mostra, que será aberta na próxima segunda-feira, às 19h, no Museu do Estado de Pernambuco, fica a disposição do público até o dia 21 de agosto. A entrada é franca. O evento reunirá cerca de 350 obras, entre fotografias e instalações, com curadoria do crítico de arte Ulf Erdmann Ziegler, que virá ao Recife para ministrar uma palestra e um workshop na área de fotografia.
Os artistas trazem imagens que retratam transformações sociais, econômicas e culturais de lugares como China, Tóquio, Leste Europeu, Líbano. Muitos dos personagens são migrantes que voltam ao seu país após vários anos vivendo na Alemanha. Alguns fugiram de guerras ou partiram em busca de melhores condições de vida. O fotógrafo Wolfgang Bellwinkel, por exemplo, viu e fotografou a guerra na Bósnia-Herzegovina, voltando em 1995 para documentar, durante um ano, o chamado processo de paz.
O resultado é o ensaio Nachkriegszeit (Pós-guerra), que retrata a esperança do povo em um país arruinado pelo conflito armado.O dia-a-dia de famílias que saíram do Casaquistão para viver na Alemanha oriental, no local antes ocupado pelas tropas russas, é o tema das fotos de Julia Sörgel, com o conjunto Rasborka (1995).
Outros ensaios são mais chocantes, como o de Peter Hendricks (1994-1998). Com o título Sehsüchtig Sehnsüchtig (Ânsia de ver e reencontrar), ele retrata a vida de mulheres viciadas em drogas que ganham a vida com a prostituição. Imersas em uma espiral degenerativa cujo fim é quase sempre a morte, as mulheres foram fotografadas de forma a se preservar sua dignidade.