FOLCLORE BRASILEIRO – Bahia

Podemos dizer que foi na Bahia que teve início o nosso folclore e a nossa história. Da mistura de portugueses, índios e africanos surgiu o baiano e com ele uma variedade de ritos, festas e folguedos. No interior do estado, o baiano é representado pelo vaqueiro do sertão enquanto no litoral, principalmente na Capital, pelas baianas com seu traje típico. Dos ritos os que mais se sobressaem são o Cambomblé, a Festa de Iemanjá e a Lavagem do Bonfim. O Candomblé é um rito africano trazido ao Brasil pelos escravos negros.

Seu deus principal é Olodum ou Zambi. Seu filho Oxalá é o criador da humanidade. Os orixás ou santos são : Xangô, Oxum, Iansã, Oxumaré, Omulu, Iemanjá entre outros. Consta que devido à repressão religiosa cada orixá corresponde a um santo católico, assim Iansã é Santa Bárbara, Oxalá é Jesus Cristo e etc. As cerimônias são realizadas nos ” terreiros ” tendo como principal objetivo receber os santos uma vez que cada pessoa tem um santo protetor.

As filhas de santo cantam e dançam ao som dos atabaques ( tambores) até atingem o êxtase, momento em que são possuídas pelo santo. A mais famosa igreja do Salvador, Senhor do Bonfim, recebe em janeiro milhares de romeiros para realizarem a lavagem das escadarias da igreja. Os devotos levam potes com água, vassouras e flores. Ao lado da igreja barracas são armadas para servirem comidas e bebidas típicas, tudo isso em agradecimento ao Senhor do Bonfim pelas alegrias que eles lhe proporcionou durante o ano. A capoeira é um misto de dança e luta. Sua origem é africana sendo hoje bastante difundida em outros estados.

Ela se realiza ao som berimbau, de palmas, de canto e de pandeiros. Forma-se uma roda e dois homens entram no centro onde começam a lutar gingando o corpo e soltando as pernas com golpes rápidos e dentro do ritmo do som. Hoje existem em todo Brasil academias de capoeira, notando-se também o interesse feminino por esse tipo de luta.

Dos instrumentos musicais o mais típico é o berimbau que é feito de um arco de madeira e um fio de arame esticado e preso nas pontas do arco (como o arco indígena ), uma cabaça cortada ao meio que é amarrada na parte exterior do arco, uma vareta de madeira, uma moeda e uma cestinha de palha com sementes dentro ( semelhante ao chocalho) As Carrancas de Proa dos barcos do médio São Francisco têm desafiado os pesquisadores que até hoje não sabem explicar a origem de tais esculturas. Sendo o rio São Francisco a principal via de transporte entre o Norte e o Sul antes das estradas, a utilização do seu leito se fazia necessária surgindo então, as embarcações que faziam o trajeto entre Pirapora e a cachoeira de Paulo Afonso.

Tais embarcações traziam esculpidas em sua proa a carranca de um verdadeiro monstro. Diz a crença que elas eram colocadas na proa das embarcações a fim de afastar o negro d’água e assim evitar que o seu barco fosse virado. Conta-se, também, que antes de acontecer qualquer acidente a carranca emite três gemidos, dando ao barqueiro a possibilidade de se salvar. A pesca do xáreu na Bahia é uma tradição. Ela é feita por descendentes dos escravos africanos durante a temporada do calor.

O xáreu é um peixe de carne escura que mede, aproximadamente, 80 cm de comprimento. Várias dezenas de pescadores, ajudados por dois mestres, um na terra e outro no mar, saem em uma enorme jangada remando além da arrebentação. Junto seguem canoas menores, que levam os mergulhadores cuja função é a de mergulhar dentro da rede para se certificarem de que os peixes estão presos, avisando então que podem puxar a rede.

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