Lucinha Lins Canta e Encanta na Brasil Cultura

 

 

Prá Lucinha Lins, cantar e atuar são amores muito diferentes. Aos 49 anos, está em cima de um palco desde os 17. A maior parte da vida artística, sem dúvida foi atuando, mas música faz parte do ar que ela respira. A mãe toca piano e o pai toca pandeiro, enfim, cresceu num ambiente muito musical. Quando pequena perguntavam o que ela queria ser quando crescesse e dizia: bailarina. Mais tarde disse que queria ser médica. Um dia, entrei para um grupo de pessoas chamado MAU e passei a achar que seria cantora.

Na verdade ela é um pouco disso tudo: nunca foi bailarina, mas dançou muito bem em vários espetáculos; não é doutora, mas pode ser considerada a médica da família; e a cantora ficou em segundo plano quando ela se tornou atriz.

Lúcia Maria Werner Vianna nasceu no Rio de Janeiro em 9 de março de 1953. Cresceu no bairro da Tijuca e, na adolescência, com um grupo de amigos apaixonados por música, formou o MAU (Movimento Artístico Universitário) – onde começou a cantar e conheceu o músico e compositor Ivan Lins.

No começo dos anos 70, já casada com Ivan Lins, Lucinha participou dos shows do cantor como vocalista e percussionista. Paralelamente cantou em festivais de música brasileira e começou a gravar jingles. Vieram então os comerciais de televisão, que acabaram por revelar o belo rosto escondido atrás daquela bela voz.

Mas foi na década de 80 que Lucinha Lins se tornou conhecida nacionalmente ao vencer o Festival MPB Shell 82 com a música “Purpurina” e receber uma vaia gigantesca – a música favorita do público era “Planeta Água”, de Guilherme Arantes.

Meses depois, Lucinha Lins estreava o espetáculo “Sempre, Sempre Mais”, ao lado de Cláudio Tovar, com enorme sucesso. O musical ficou dois anos em cartaz. Lucinha Lins foi eleita a musa do verão carioca e estava em todos os lugares: na capa da revista “Veja”, nos programas de televisão, nos discos e no cinema, com o filme “Saltimbancos Trapalhões”, sucesso absoluto de bilheteria.

Passado o furacão, Walter Avancini a convidou para ser uma das protagonistas da minissérie “Rabo de Saia”, da Rede Globo, trabalho que lhe valeu o prêmio APCA de Atriz Revelação. Em seguida, viveu a personagem Mocinha na novela “Roque Santeiro”, de Dias Gomes – um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira. Nascia então a atriz Lucinha Lins que não parou mais de fazer TV.

Novamente em parceria com Cláudio Tovar, seu segundo marido, Lucinha Lins produziu musicais infantis como “Sapatinho de Cristal”, “Simbad de Bagdá” e “Caixa de Brinquedos”. O sucesso desses espetáculos foi tanto, que a Rede Manchete de televisão convidou o casal para criar e apresentar um programa infantil: “Lupu Limpim Clapá Topô” – inesquecível para quem foi criança em meados dos anos 80.

A versatilidade de Lucinha Lins conquistou o público e ela se tornou uma das atrizes mais solicitadas para produções de teatro musical. Protagonizou “O Corsário do Rei”, “Splish-Splash”, “O Fantópera da Asma”, “Rosa, um Musical Brasileiro” e muitos outros.

Sempre conciliando seu trabalho em televisão com as atuações no teatro e também no cinema, Lucinha Lins atravessou a década de 90 atuando em mais de dez novelas, entre elas “Despedida de Solteiro”, “A Viagem” e “Corpo Dourado”.

Em 2002 Lucinha Lins reencontrou a música e gravou o cd “Canção Brasileira”, lançado comercialmente em 2003, e fez inúmeros shows ao lado do pianista Geraldo Flach.

Também em 2003, em agosto, estreou no papel de Vitória Régia, uma das protagonistas da remontagem do musical “A Ópera do Malandro”, o maior sucesso de público e crítica dos últimos anos no Rio de Janeiro. Com essa montagem, foi indicada ao Prêmio Shell de melhor atriz, em 2003.
— Finalmente, me tornei uma atriz que canta. Hoje, estou aproveitando todo o know how que a atriz me deu e estou colocando em cima da cantora que estava na gaveta lá de casa há tanto tempo. Eu quero que a cantora seja, neste momento, a minha prioridade.

 

E ela continua cantando e encantando.Na Brasil Cultura

 

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