Uma das principais características da indústria cultural é ser utilizada como instrumento promocional a serviço do consumo, sobretudo via meios de comunicação de massa e mercado de entretenimento. Questões que, segundo Jameson, são reveladas quando os investidores se limitam a observar o fator econômico da cultura, gerando uma demanda cada vez maior por produção cultural, além de tornar praticamente indistinguível a identificação entre os produtos provenientes dessa indústria e a cultura propriamente dita.
Determinar as necessidades, os desejos e os interesses do consumo cultural para fortalecer e a construir uma identidade globalizada, é a característica do novo modelo econômico que vemos atuando no atual mercado cultural nacional.
Nesse sentido, a questão central da problemática enfrentada pelos indicadores culturais acerca da economia da cultura é o novo quadro cultural globalizado. Esse cenário se configura por uma nítida posição de mercado cultural de bens de consumo, no qual, segundo George Yúdice a “cultura já não é nacional, mas particular, desse ou daquele grupo local, dessa ou daquela etnia, de mulheres etc”.
Essa nova postura econômica do mercado é identificada pela cultura do consumo como pertencente a um momento no qual as identidades culturais nacionais perderam espaço frente às constantes criações de símbolos e marcas de identificação global.
A questão que devemos levantar aqui é se o Brasil deve ou não incentivar uma indústria cultural própria, capaz de promover seus referenciais simbólicos e identitários ao nível da cultura de massa.
A crise econômica recente será uma oportunidade para revermos nossos sistemas de trocas e valores éticos, ou apenas uma brecha que se abre na economia mundial para novos agentes como Brasil, com economia estável, setor financeiro fortalecido e uma democracia em fase de consolidação?
* trecho do livro O Poder da Cultura.
http://www.culturaemercado.com.br/ideias/industrias-culturais-nacionais/
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