Inclusão e acessibilidade sobem ao palco do auditório Ibirapuera

Dança que move os corpos, os corações, as mentes, os sorrisos. Dança que se Dança. Este é o nome do espetáculo que contou com a participação de cerca de 90 alunos com deficiência intelectual e/ou em situação de vulnerabilidade social do Instituto Olga Kos (IOK), na noite deste domingo (3), no auditório do Ibirapuera, em São Paulo. A apresentação encerrou o projeto Corpos de Luz – A Dança da Inclusão, para o qual o IOK captou R$ 690 mil junto a patrocinadores com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cidadania.

Presente à apresentação, o secretário de Difusão e Infraestrutura Cultural do Ministério da Cidadania, Paulo Nakamura, destacou que, por meio da cultura, pessoas como os alunos do IOK têm a chance de se desenvolverem. “O espetáculo mostra isso, desde o início, dos passos básicos até a superação. Mostra também a dedicação das famílias e dos instrutores com os alunos e, acima de tudo, demonstra que eles não estão sozinhos nessa caminhada”, comentou.

Espontaneidade

O nome do espetáculo vem de uma frase do artista plástico Hélio Oiticica, que dizia que a dança é a dança que se dança, querendo demonstrar que essa expressão artística precisava ser espontânea, natural. Foi seguindo essa ideia que o diretor Gustavo Paulino montou o espetáculo.

“Estamos levando a um dos palcos mais importantes da cidade um grupo que, habitualmente, é marginalizado pela sociedade, quer seja por sua condição intelectual, quer seja pela vulnerabilidade social”, afirma o diretor. “Com isso, trabalhamos a inclusão e a acessibilidade para um grupo enorme de pessoas e de uma maneira legítima”, destacou.

Corpos em Luz

O Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (IOK) é uma associação sem fins lucrativos, que desenvolve projetos artísticos e esportivos aprovados em leis de incentivo fiscal, para atender, prioritariamente, crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual. Ao longo de um ano, os alunos do IOK participaram de oficinas para desenvolver o espetáculo.

Todo o trabalho foi organizado por uma equipe multidisciplinar de pedagogos, psicólogos e instrutores de dança, em seis instituições parceiras na cidade de São Paulo: Oficina Cultural Oswald de Andrade, Centro Cultural Olido, CEU Campo Limpo, CECCO Manoel da Nóbrega, CECCO Ibirapuera e CIEJA Campo Limpo.

Segundo o secretário Nakamura, o espetáculo foi a coroação de um ano de trabalho, tanto para os profissionais do IOK, como também para os familiares que acompanharam o processo. “O espetáculo trouxe muita emoção, principalmente para os familiares na plateia. Às vezes, quase se podia sentir o medo e a insegurança de deixar seus parentes subirem ao palco, mas, pouco a pouco, esse sentimento cedia, à medida em que o espetáculo evoluiu. Foi tudo muito emocionante, foi uma coroação do trabalho”, completou.

Lei Federal de Incentivo à Cultura

A Lei Federal de Incentivo à Cultura contribui para ampliar o acesso dos cidadãos à cultura, uma vez que os projetos patrocinados devem oferecer uma contrapartida social. Ou seja, se quiserem contar com o apoio da legislação para captar recursos, eles têm que distribuir parte dos ingressos gratuitamente e promover ações de formação e capacitação junto às comunidades – as chamadas contrapartidas sociais.

Por meio do mecanismo, criado em 1991 pela Lei 8.313, empresas e pessoas físicas podem patrocinar espetáculos, exposições, shows, livros, museus, galerias e várias outras formas de expressão cultural. O valor investido, total ou parcial, é abatido do imposto de renda.

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