A fila formada em frente ao Grand Palais, um dos mais importantes espaços culturais do mundo, em Paris, revela o sucesso da mostra de Portinari no primeiro dia de exposição. Nessa terça-feira (06), a ministra da Cultura, Marta Suplicy, abriu a exposição “Guerra e Paz”, do pintor brasileiro Cândido Portinari. A mostra traz painéis, de aproximadamente 14 x 10 metros, e mais de cinco mil obras apresentadas em um telão.
São nove horas de projeção ininterruptas. “Essa é a marca de nossa cultura. Portinari é um expoente dela, não só por seu talento, mas também porque consegue expressar nosso País sem deixar de ser universal em nenhum momento. Aqui temos mais uma oportunidade de mostrar ao mundo que o Brasil vai muito além do samba e do futebol”, destaca a ministra.
Traços precisos, cores fortes e uma visão moderna dão vida a uma das obras mais imponentes de Portinari. Jogo de luz, em contraste com as telas, impressionam os amantes de arte. E para os brasileiros que moram em Paris, o evento tem um gosto ainda mais especial. “Está simplesmente extraordinário. Dá um orgulho imenso ser brasileiro. A instalação, a luz, o cenário, tudo. Ficou impressionante!”, declara o pintor Antonio Veronezi. E completa: “foram cinco anos de luta de João Cândido (filho de Portinari) para trazer essa exposição para Paris e a ministra Marta Suplicy deu o pontapé para tornar isso real”.
Os olhos de João Cândido em frente aos painéis pincelados pelo pai expressam o sentimento de vitória por realizar o sonho de seu maior herói: uma exposição em Paris. “Essa ideia de expor os painéis sempre esteve na minha cabeça, desde os 17 anos de idade. Agora é só comemorar este momento tão especial”, se orgulha João Cândido.
Os painéis “Guerra e Paz” foram encomendados pelo governo brasileiro, em 1952, para serem doados para a sede da ONU, em Nova York (EUA). Voltaram ao Brasil, em 2010, para serem restaurados. Depois foram expostos em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em 140 dias, foram vistos por mais de 320 mil pessoas.
Com apoio do Ministério da Cultura, Ministério das Relações Exteriores, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobras, GDF Suez, Grupo Pão de Açúcar/Casino e Alstom, as obras de Portinari chegaram a Paris. Ficam expostas até 9 de junho, quando retornam a Nova York.
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