O novo mundo
A conversa entre Vasco da Gama e Cabral pode ter sido decisiva para ajudar na chagada ao Brasil. Vasco havia avistado avres voando “Rijas” em meio ao oceano.
O novo mundo, que viria a ser o Brasil, pôde ser vislumbrado a partir da descoberta do caminho para as Índias – um feito do navegador Vasco da Gama, em 1498. O capitão voltou a Portugal após ter contornado a África, atingindo o local mais cobiçado pela sede portuguesa na expansão ultramarina: as Índias. Nesta terra, até então inatingível, estavam rique-zas, hoje popularizadas entre nós.
Pimenta, noz-moscada, cravo e ca-nela tinham peso em ouro numa época em que era preciso conservar carne e dis-farçar o gosto ruim quando ela começa-va a ficar estragada.
A conversa entre Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral pode ter sido deci-siva para ajudar na chegada ao Brasil. Vasco havia avistado aves voando muito “rijas” em meio ao oceano, claro sinal de terra. Com esta informação, os portu-gueses achavam que outras ilhas poderi-am existir a oeste de Açores e da Madei-ra. As análises feitas, até hoje, dos docu-mentos originais sobre o “achamento” não provam se Cabral veio já sabendo do “novo mundo” ou foi uma desco-berta casual.
Existe uma suspeita de que Portugal já sabia da existência deste novo conti-nente ao assinar o tratado de Tordesilhas de 1494. Nesse verdadeiro acordo de cavalheiros, as grandes áreas do mundo que estavam sendo descobertas seriam divididas entre Espanha (Castela) e Por-tugal. Os lusos conseguiram 370 léguas a oeste de Cabo Verde, justamente onde estava o litoral brasileiro garantindo espa-ço no oceano atlântico.
Com a boa nova trazida por Vasco da Gama, Portugal investe na maior es-quadra já vista, com a missão de atraves-sar o atlântico, conhecido como o mar tenebroso. Para impressionar o samo-rim, rei de Calicute na Índia, os cofres das embarcações estavam cheios de ouro amoedado. Quando Vasco da Gama visitou as Índias, em 1498, o samorim riu dos presentes simplórios de Portugal.
Do porto de Restelo em Portugal, no dia 8 de março de 1500, partiram nove naus, três caravelas e a naveta de mantimentos todas comandadas por Pedro Álvares Cabral. O local da partida chamado de “praia das lágri-mas para os que vão, terra do prazer para os que voltam” foi o palco de uma grande festa para os 1.500 homens envi-ados ao mar conhecido como “tene-broso”.
O rei de Portugal, D. Manoel I, mais interessado em mostrar a todos – inclusi-ve aos espiões da Espanha e Veneza – a mais imponente esquadra a singrar o Atlântico, fez uma grande festa alardean-do a missão lusitana.
Meninos de 9 a 15 anos, homens com penas a cumprir no exílio e pessoas pegas a força para trabalhar no navio fa-ziam parte da tripulação. Pelo menos 1.000 deles não retornariam.
Verbete 1 – As especiarias também eram utilizadas como drogas. A canela era usada para tratar os pulmões, enquanto o cravo foi utilizado no tratamento de cáries e úlceras. Eles tinham tanto valor nos negócios, quanto dinheiro vivo.
Verbete 2 – Samorim, de acordo com o dicionário Aurélio, significa rei ou rajá de Calicute. Também significa “rei do mar”.