Dalton Trevisan
As histórias de Dalton Trevisan, um dos melhores contistas brasileiros contemporâneos, reproduzem um cotidiano angustioso numa linguagem direta e popular. Dalton Trevisan nasceu em Curitiba PR, em 14 de junho de 1925. Formado pela Faculdade de Direito do Paraná, liderou em Curitiba o grupo literário que publicou, em 1946, a revista Joaquim (em homenagem a todos os Joaquins do Brasil). A publicação, que circulou até dezembro de 1948, continha o material de seus primeiros livros de ficção, entre os quais Sonata ao luar (1945) e Sete anos de pastor (1948). Em 1954, publicou Guia histórico de Curitiba, Crônicas da província de Curitiba, O dia de Marcos e Os domingos ou Ao armazém do Lucas, edições populares à maneira dos folhetos de feira. A partir da gente de sua cidade, chegou a uma galeria de personagens e situações de significado universal, em que as tramas psicológicas e os costumes são agudamente recriados por meio de uma linguagem precisa e de sabor genuinamente popular, que valoriza os mínimos incidentes de um dia-a-dia sofrido e angustioso. Publicou também Novelas nada exemplares (1959), Morte na praça (1964), Cemitério de elefantes (1964) e O vampiro de Curitiba (1965). Isolado dos meios intelectuais, Trevisan obteve, sob pseudônimo, o primeiro lugar do I Concurso Nacional de Contos do estado do Paraná, em 1968. Escreveu depois A guerra conjugal (1969), Crimes da paixão (1978) e Lincha tarado (1980). Em 1994, publicou Ah é?, obra-prima de seu estilo minimalista. Além de escrever, Trevisan exerce a advocacia e é proprietário de uma fábrica de vidros.