Cinco Peças Brasileiras na Programação de Festival em Moscou

A peça “O livro de Jó”, do diretor Antônio Araújo passou por lá na edição retrasada. E foi um sucesso. A ponto de, em 2005, o Festival Internacional de Teatro Tchecov, que bienalmente ocupa a cidade de Moscou, ter convidado cinco espetáculos brasileiros a fazer parte da programação. O evento, que começau esta semana segue até 30 de julho, contará com a presença de “Boca de ouro”, versão do texto de Nelson Rodrigues assinada por José Celso Martinez Corrêa; “Fausto Zero”, texto do jovem Goethe dirigido por Gabriel Villela e com Walderez de Barros; “Ensaio.Hamlet”, da Cia. dos Atores; “Lunário perpétuo”, de Antonio Nóbrega; e o grupo Caixa de Imagens.

— Queremos mostrar o teatro brasileiro em toda a sua glória — disse Valery Shadrin, diretor-geral do festival.

Festival também conta com duas estréias mundiais

A primeira edição do Festival Internacional de Teatro Tchecov aconteceu em 1992, reunindo onze espetáculos. De lá para cá, o evento não parou de crescer e de chamar a atenção, sempre tendo como característica a busca por um teatro alternativo. O caráter internacional também foi e continua sendo importante. Este ano, há espetáculos vindos do Japão, na Inglaterra, da França e até de Taiwan.

Ao todo, são 33 atrações. O festival começa com “Urban sax”, a primeira de cinco apresentações ao ar livre do excêntrico diretor russo Slava Polunin. “Urban sax” é o nome de uma performance de 50 saxofonistas, mas também o título de um espetáculo que combina música, fogos de artifício e acrobacias aéreas. Mais de duas mil pessoas poderão assistir à peça no Aquarium Garden. A música, aliás, é uma marca desta edição do festival. Muitas das produções procuram descobrir o que há em comum entre música e teatro.

“Eraritjaritjaka”, da Espace Theatral Europeen (ETE), da Suíça, é uma criação de Heiner Goebbels, um artista que tem conseguido a façanha de combinar as carreiras de diretor e de regente. Neste trabalho, ele conseguiu criar uma interpretação teatral e musical para a obra do escritor búlgaro Elias Canetti.

O festival também conta com duas estréias mundiais de clássicos: “An-der-sen”, uma peça de Ksenia Dragunskaya e Olga Subbotina baseada na vida de Hans Christian Andersen; e “As três irmãs”, de Tchecov, que tem o diretor inglês Declan Donnellan à frente de um elenco russo.

 

Jornal O Globo  Roberta Oliveira

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