Beatriz Bracher, Marcelo Maluf e Rafael Gallo são os vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura 2016

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Pela primeira vez desde sua criação, o Prêmio São Paulo de Literatura escolheu três escritores paulistas como os melhores romancistas do ano (2015). O júri do Prêmio elegeu a paulistana Beatriz Bracher, com Anatomia do Paraíso (Editora 34), enquanto Marcelo Maluf, nascido em Santa Bárbara D’Oeste e residente em São Paulo, foi premiado na categoria “Estreantes +40” com A Imensidão Íntima dos Carneiros (Editora Reformatório) e Rafael Gallo, da capital paulista, na categoria “Estreantes -40”, com Rebentar (Editora Record).

 

Realizado pelo Governo do Estado de São Paulo, o Prêmio anunciou os vencedores na noite desta segunda-feira (10 de outubro), em cerimônia na Biblioteca Parque Villa-Lobos, zona oeste da capital paulista. Bracher receberá R$ 200 mil e participará da Feira Internacional do Livro de Guadalajara, prêmio adicional concedido pela Embaixada do México no Brasil e pelo Consulado Geral do México em São Paulo, parceiros da Secretaria da Cultura nesta edição do prêmio. Sobre Anatomia do Paraíso, o júri do prêmio afirmou que é um “livro intenso, com personalidade desde a primeira página, inteligente e provocador, escrito em linguagem bela e refinada, com descrições precisas, visuais, associadas à construção da tensão.”

 

Os romancistas Rafael Gallo e Marcelo Maluf levam R$ 100 mil cada um. Conhecido pela visibilidade que proporciona aos estreantes, o Prêmio São Paulo de Literatura conta desde sua primeira edição com uma categoria específica para romancistas de primeira viagem. A partir de 2013, ela foi subdivida para contemplar dois estreantes por edição: um com mais de 40 anos e outro com menos de 40 anos. Vários vencedores de anos anteriores conseguiram se firmar no mercado editorial e seguiram carreira literária.

 

Aberto a escritores de língua portuguesa de todo o mundo, esta edição do Prêmio teve finalistas de estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco e Rio de Janeiro, além de ter, pela primeira vez, um finalista internacional: Mia Couto concorreu com “Mulheres de Cinzas – As Areias do Imperador 1” (Cia. das Letras). Isso foi possível porque seu livro teve primeira edição no Brasil, uma das regras do Prêmio. No total, 22 escritores já foram contemplados pelo Prêmio São Paulo de Literatura.

 

Justificativas do Júri

Anatomia do Paraíso, de Beatriz Bracher

Melhor Livro de Romance do Ano:

“Livro intenso, com personalidade desde a primeira página, inteligente e provocador, escrito em linguagem bela e refinada, com descrições precisas, visuais, associadas à construção da tensão. O livro é uma longa parábola sobre contraposições: ver e não ver, dor e gozo. A escritora explora a sensualidade: a intelectual, que se deleita em Milton, e a sensorial, que é a de estar vivo, e que aflora tanto no sexo como no sentimento amoroso. O prazer pode vir tanto de uma nova tradução de Milton como da degustação de um x-salada com ovo. Em settings insólitos e contrapostos Milton, poeta inglês do século XVII, é longamente narrado e comentado, por exemplo, por dois rapazes, amigos – e amantes -, na praia, entre cenas de sexo e ternura. Não é uma leitura fácil, e essa é outra qualidade desse romance.”

 

Rebentar, de Rafael Gallo

Estreante na categoria -40

“Às vezes, a condução do enredo nos dá a impressão de que o autor vai escolher alguma saída redentora, mas ele não faz isso e sustenta de modo vigoroso, por quase 400 páginas, essa história de um aprendizado impossível.”

 

A Imensidão Íntima dos Carneiros, de Marcelo Maluf

Estreante na categoria +40)

“Romance ao mesmo tempo delicado, sobretudo na linguagem, e forte, na idéia de que toda tragédia perpetua, ainda que de forma não aparente. O autor bebe com felicidade incomum na tradição da narrativa e das fábulas para dar conta de uma trama que se passa em tempos e realidade tão distante.”

 

SOBRE O JÚRI FINAL

O júri final do Prêmio São Paulo de Literatura, responsável pela definição dos três vencedores, foi composto pelos seguintes profissionais do segmento literário: Adriano Schwartz, pós-doutor pela Princeton University, e professor e orientador na Universidade de São Paulo, atua principalmente nos segmentos de teorias da ficção, relações entre autobiografia e ficção e romance contemporâneo; Elisabeth Brait, crítica, ensaísta, doutora em Linguística na USP, atua nas áreas de teoria e análise do texto e do discurso, estudos Bakhtinianos, análise dialógica do discurso, leitura e análise do verbo-visualidade e estudos literários; Estevão Azevedo, editor e mestre em literatura brasileira pela Universidade de São Paulo, vencedor da oitava edição do Prêmio São Paulo de Literatura com Tempo de Espalhar Pedras; Heloísa Jahn, tradutora e editora; e Ronald Polito de Oliveira, poeta e tradutor.

 

SOBRE O PRÊMIO SÃO PAULO DE LITERATURA 2016

Criado em 2008 pelo Governo do Estado de São Paulo, o Prêmio São Paulo de Literatura é o maior do País em valor individual e tem como principais objetivos incentivar a produção literária de qualidade, apoiar e valorizar novos autores e editoras independentes, além de incentivar a leitura.

 

Desde que foi criado, o Prêmio teve participação de mais de 1.300 livros e premiou 22 romances, contribuindo de forma decisiva para dar visibilidade não só às obras vencedoras, mas também aos trabalhos finalistas.

 

FINALISTAS

MELHOR LIVRO DE ROMANCE DO ANO 2015

Beatriz Bracher – Anatomia do Paraíso (Editora 34)

João Almino – Enigmas da Primavera (Editora Record)

Julián Fuks – A Resistência (Cia. das Letras – Schwarcz)

Marcelo Rubens Paiva – Ainda Estou Aqui (Editora Alfaguara – Schwarcz)

Mia Couto – Mulheres de Cinzas – As Areias do Imperador (Cia. das Letras – Schwarcz)

Nei Lopes – Rio Negro, 50 (Editora Record)

Noemi Jaffe – Írisz: As Orquídeas (Cia. das Letras – Schwarcz)

Paula Fábrio – Um Dia Toparei Comigo (Editora Foz)

Raimundo Carrero – O Senhor Agora Vai Mudar de Corpo (Editora Record)

Santana Filho – A Casa das Marionetes (Editora Reformatório)

 

MELHOR LIVRO DO ANO DE ROMANCE – AUTOR ESTREANTE

+ 40 ANOS

Eda Nagayama – Desgarrados (Editora Cosac Naify)

Marcelo Maluf – A Imensidão Íntima dos Carneiros (Editora Reformatório)

Robertson Frizero – Longe das Aldeias (Editora Dublinense – Terceiro Selo)

 

ATÉ 40 ANOS

Alex Sens – O Frágil Toque dos Mutilados (Editora Autêntica)

Isabela Noronha – Resta Um (Cia. das Letras – Schwarcz)

Julia Dantas – Ruína y Leveza (Não Editora)

Rafael Gallo – Rebentar (Editora Record)

Sheyla Smanioto – Desesterro (Editora Record)

Tércia Montenegro – Turismo Para Cegos (Cia. das Letras – Schwarcz)

Tomas Rosenfeld – Para Não Dizer Que Não Falei de Flora (Editora 7 Letras)

 

 

 

 

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