Audiência Televisiva.

 

 

 

A TV digital transformará a maneira de medir audiência televisiva. Projeções com públicos restritos já arriscam quem ganhará telespectadores (séries e novelas) e quem perderá (telejornais) por conta da digitalização dos canais. O Ibope está desenvolvendo um aparelho para descobrir não apenas a emissora sintonizada, como faz hoje, mas também o conteúdo digital que está sendo consumido. Isso porque a TV digital chega com a promessa de, assim como nos EUA, oferecer autoprogramação, na qual o usuário pode escolher a hora em que verá determinado programa.

 

“A TV digital cria uma alternativa para o telespectador”, diz Dora Câmara, diretora comercial do Ibope Mídia. A autoprogramação ainda permitirá que, manualmente, o telespectador evite comerciais. De acordo com especialistas, os jornalísticos serão os produtos mais prejudicados caso o “corte” do intervalo pegue no Brasil. Para se manterem rentáveis, os programas devem inserir ainda mais merchandising durante a atração ou recorrer a patrocínios.

 

Os telejornais, em tese, não podem incluir ofertas deste tipo em suas notícias, com perigo de perderem a suposta independência editorial. Nelson Hoineff, cineasta e diretor do IETV (Instituto de Estudos de Televisão), lembra que alguns telejornais do século passado traziam a propaganda em seus nomes – caso do “Repórter Esso” e da primeira versão do “Jornal Nacional”, da TV Rio, patrocinado pelo Banco Nacional. Para ele, no entanto, “não é razoável pensar em merchandising em telejornais”. (Folhapress)

15/08/07

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