ASSISTA AQUI “ABC DA GREVE”

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Nesses tempos de crise e de golpismos, o filme é essencial para quem estiver interessado no clima político reinante durante a abertura “lenta e gradual”, trazendo depoimentos riquíssimos de empresários, sindicalistas e trabalhadores comuns no calor dos acontecimentos, e as semelhanças com os dias atuais.

O documentário cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida. Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem espaço para realizar suas assembleias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja.

Algumas impressões sobre a época são claras para quem assiste ao filme: os sindicatos e movimentos sociais viviam sob a sombra da repressão e da intervenção durante todo o tempo, empresariado e governo partilhavam de uma postura nitidamente conservadora e havia uma aliança de interesses entre esses dois atores. As semelhanças com os acontecimentos de hoje, em 2016, não são meras coincidências.

Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical nunca mais foi o mesmo.

Hoje, passados 37 anos dos acontecimentos documentados nesse filme, estamos diante da ofensiva das forças conservadoras e de direita em curso no Brasil, e devemos participar e investir nas articulações dos partidos, movimentos populares do campo e da cidade, centrais sindicais, LGBT, de juventude, de mulheres, na construção de frentes de luta contra a direita, por mais direitos, pela superação das desigualdades e pela democracia.

 

Ficha técnica: prd: Cláudio Khans, Ivan Novais e Carlos Augusto Calil; pre e fnl: Carlos Augusto Calil; pra: Irma, Maria e João Pedro Hirszman (espólio Leon Hirszman), Adrian Cooper, Cláudio Khans, Ivan Novais, Francisco Mou e Uli Bruhn; dir: Leon Hirszman; dip: Cláudio Khans e Ivan Novais; asp: João Pedro Hirszman; dif e mtg: Adrian Cooper; fca: Cláudio Khans, Lúcio Kodato, Uli Bruhn e Zetas Malzoni; asf: Delfim Martins, Jesus Carlos, Juca Martins, Luiz Bittar, Ricardo Malta, Rosa Gauditano e Wagner Avancini; asc: Francisco Mou e Uli Bruhn; eds: Walter Rogério; asm: Eduardo Cestari e Sarah Yakhni; mtn: Benê de Oliveira; snd: Francisco Mou e Uli Bruhn; sda: Alain Fresnot, Cláudio Khans e Ivan Novais; tmi: Pedro Luis Siaretta; txt e nar: Ferreira Gullar; anm: Marcello Tassara; let: Adrian Cooper e Carlos Augusto Calil; ctz: Ana Luisa Escorel; mso: Pode guardar as panelas: Paulinho da Viola; ags: Celso Amorim, Eduardo Escorel, Henfil, Liana Aureliano, Maria Luisa Librandi, Mary Ventura, Mauricio Segall, Renato Tapajós, Severo Gomes, Thomaz Farkas, Rádio e TV Bandeirantes, TV Cultura; cpr: Taba Filmes; lab: Líder Cinematográfica; sng: Álamo, Tecnisom e Stopsom; mix: Álamo; colorido (Eastmancolor), 35mm, 75 min; gen: documentário:

Comentários de Antônio Leão da Silva Neto: Iniciado em 1979/80 por Leon Hirszman e concluído em 1990 pela Cinemateca Brasileira. “Um filme inédito de Leon Hirszman, sobre a origem do moderno sindicalismo brasileiro” extraído do cartaz. (fop: d-1)

Fonte: Dicionário de Filmes Brasileiros / Antônio Leão da Silva Neto.

 

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