A CULTURA COMO PROCESSO DESENVOLVIMENTISTA

 

“Cultura como Ponto de Virada: Oportunidades e Desafios para Transformar Talento em Políticas Públicas”

A cultura é muito mais do que o reflexo de nossa identidade; é um poderoso motor de desenvolvimento social e econômico. Representando 3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a indústria cultural é fonte de emprego, geração de renda e projeção internacional do país. Contudo, essa é uma conquista que ainda carece de políticas públicas sólidas para atingir todo o seu potencial.

O filme “Ainda Estamos Aqui”, produzido pela iniciativa privada, é uma prova de que talento e criatividade não faltam ao Brasil. O reconhecimento desse tipo de obra, assim como o sucesso histórico que consagrou Fernanda Torres com o Globo de Ouro, revela a força de nossa arte e nossa história. São exemplos brilhantes que merecem celebração, mas também nos impõem uma reflexão mais ampla: onde está a atuação efetiva do Estado brasileiro para transformar o potencial cultural em política pública estruturante?

O governo Lula, que já demonstrou compromisso com as pautas populares e democráticas, tem agora a oportunidade de reafirmar o papel da cultura como instrumento de transformação e inclusão. É urgente criar mecanismos que garantam uma democracia cultural representativa, na qual todas as vozes, das grandes metrópoles aos pequenos povoados, possam ser ouvidas e valorizadas. Isso significa ir além de incentivos pontuais e investir em programas permanentes que integrem educação, cultura e tecnologia.

A celebração de nossas vitórias internacionais, como a de Fernanda Torres, é também um convite para que o Brasil real ocupe seu lugar no cenário global. Esse é o Brasil que resiste, que se expressa em seus ritmos, cores e narrativas, e que precisa de um Estado atento e comprometido para abrir novas portas. A cultura, afinal, é a memória de um povo em movimento, e investir nela é investir em um futuro onde o mundo saiba quem somos.

Para isso, nós, como sociedade, também temos um papel. É hora de cobrar, de participar, de propor. Se queremos um país onde a cultura seja mais do que uma vitrine, mas sim uma ponte entre as pessoas e o poder, precisamos transformar nosso reconhecimento do passado em ação no presente. Vamos, juntos, construir um Brasil que se reconheça em sua própria história e a valorize como o maior legado de seu povo.

 

 

Cláudio Ribeiro

Jornalista – Compositor

Formação em Direito, Pós Graduado em Ciências Politicas e História do Brasil

Compartilhar:

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*