O Ministério da Cultura quer ver crescer a visitação dos cerca de 2.500 museus brasileiros – hoje estimada em 20 milhões de pessoas por ano -, modernizar os acervos já existentes e estimular a criação de outros. Para tanto, pretende investir R$ 20 milhões até 2011.
O anúncio foi feito no Rio, quando se comemorou o Dia do Museólogo e o diretor do Departamento de Museus do MinC, José do Nascimento Junior, lançou três editais.
São eles: o de modernização de museus, que inclui melhorias de acervos e aquisição de equipamentos (que está em sua quarta edição); o de criação de museus, destinado a cidades com menos de 50 mil habitantes que ainda não possuam um; e o de realização de seminários sobre museus, patrimônio e memória em todo o País, com o objetivo de mapear a produção do conhecimento na área de museologia.
O ano de 2008 será movimentado, pelo que se vê. Além do lançamento dos editais e da instituição do Ano Ibero-Americano dos Museus, Nascimento Junior anunciou o início de uma campanha de visitação, desenvolvida em parceria com o Ministério da Educação. O objetivo é elevar o número de freqüentadores para 25 milhões até 2010. ”Vamos focar primeiro nos estudantes para, então, chegarmos aos pais.”
Outra campanha que está na praça visa à convocação da sociedade a contribuir para a manutenção dos museus, por intermédio de associações de amigos, a exemplo do que acontece na Europa e nos Estados Unidos. O MinC quer incentivar a criação de mais grupos como estes.
Ao avaliar 2007, Nascimento Junior disse que não acha que tenha sido um período de todo ruim – o montante de investimentos, por exemplo, subiu de R$ 140 milhões para R$ 160 milhões, segundo ele -, apesar da greve dos servidores da cultura, que paralisou os museus federais por 73 dias.
Já os servidores não só têm uma avaliação menos positiva do que passou, mas também estão apreensivos quanto ao que virá. ”O governo já anunciou que fará cortes por causa do fim da CPMF, e nós somos os mais fracos”, lamentou Laudessi Torquato, do Museu Histórico Nacional, que participou do comando de greve do Rio. ”Não estamos muito otimistas. Tem gente que até tem um pingo de esperança, mas é menor do que uma gota”, conclui ele.