Depois de quatro anos do início do projeto, dos quais três foram demandados em obras de restauro, montagem e construção, foi inaugurado ontem o Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte (MAO), que passa a ocupar os prédios tombados do complexo da praça da Estação.
Assinaram o termo de cooperação mútua com o Instituto Flávio Gutierrez, presidido pela empresária Ângela Gutierrez; o ministro da Cultura, Gilberto Gil; o governador Aécio Neves; o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel; Maurício Borges, que representou o presidente do BNDES, Guido Mantega; José do Nascimento Júnior, que representou o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Antônio Augusto Arantes Neto; o gerente geral da Refinaria Gabriel Passos, João Barucio Lafraia, que representou o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli; e a secretária de Estado de Cultura, Eleonora Santa Rosa. Entre os convidados estavam a presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), Milu Villela; o ex-governador Francelino Pereira, e o ex-ministro da Cultura, professor Aluísio Pimenta.
Até agora, foram investidos R$18 milhões no museu, cujas obras vão terminar em 2006. Durante a solenidade, o BNDES anunciou que irá investir mais R$2milhões em 2006 no MAO, que serão destinados às obras de dois prédios anexos que servirão como escola de formação de técnicos restauradores e locais para oficinas. As mais de 2.200 peças dos séculos XVIII, XIX e XX que integram o MAO foram doadas ao Iphan pela empresária Ângela Gutierrez, fruto da coleção particular iniciada pelo pai dela, o engenheiro Flávio Gutierrez, há mais de 30 anos.
¨Este museu único no Brasil será mais um valoroso instrumento para que possamos, aqui em Belo Horizonte, atrair eventos, atrair congressos, atrair turistas e dar também aos mineiros a oportunidade de conhecer um pouquinho mais da sua história. É uma obra belíssima, singular em relação a tudo que já foi feito no Brasil¨, disse o governador Aécio Neves.
O prefeito Fernando Pimentel elogiou a saga do empresário Flávio Gutierrez, que iniciou a coleção das peças. ¨Se ele estivesse aqui, com certeza, estaria muito orgulhoso da grandiosidade e da importância cultural dessa obra que é um presente maravilhoso para Belo Horizonte. A cidade ganha de presente um dos maiores museus da América Latina¨.
O ministro Gilberto Gil também ressaltou a importância do resgate memorialístico dos ofícios, que estão concentrados no MAO. ¨É uma parte importante da construção da vida das pessoas, da relação com o seu meio e com as atividades produtivas¨. Com um orçamento de R$430 milhões para 2006, o ministro anunciou que entre as prioridades do ministério, também em 2006, está o Museu da Inconfidência, de Ouro Preto, que será totalmente recuperado e restaurado, cujas obras devem ser finalizadas até agosto de 2006, quando a cidade histórica será palco do Fórum Nacional de Museus.
Gil também adiantou que Minas ganhará em 2006 um novo museu, dedicado à pedra-sabão, que será inaugurado em Congonhas, e o ministério irá criar o Instituto Brasileiro de Museus. ¨Vamos criar esse instituto nos moldes de instituições que há na Inglaterra e França, que vai reunir os 2 mil museus brasileiros (desses, 78% são públicos e 22% privados)¨.