Teatro Carioca. alternativas e incentivos com MinC

O teatro carioca chamou o Ministério da Cultura às falas. Um seminário  na Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) reuniu expoentes da classe, como os produtores Nilson Raman, os atores Zezé Motta, Marcelo Serrado e Antônio Pedro e o diretor e dramaturgo Flávio Marinho, para discutir incentivos e alternativas para o setor. O ministro Gilberto Gil levou o presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Antônio Grassi, e o secretário de Fomento do MinC, Sérgio Xavier, mas explicou que o investimento em cultura, como um todo, e em teatro, especificamente, cabe mais aos governos estaduais e municipais que à União.

Segundo a Associação de Produtores Teatrais do Rio (APTR), o Estado perdeu recursos incentivados (Lei Rouanet e do Audiovisual) em números absolutos e proporcionalmente. Em 2001, quando a renúncia fiscal era de R$ 160 milhões, o Estado do Rio obteve R$ 123 milhões com esses dispositivos. Já em 2004, com R$ 320 milhões de renúncia, a parcela do Estado do Rio caiu para R$ 108 milhões. No teatro, a queda foi maior. As produções daqui conseguiram R$ 24 milhões da Lei Rouanet em 2002, e R$ 11 milhões, em 2004.

“O investimento das estatais em teatro também diminuiu”, lembrou o produtor Nilson Raman, de Off, com Natália Thimberg; Chega de História, com Tônia Carrero, e Agora, o Que Eu Faço com o Pernil, com Rosa Maria Murtinho. “A Petrobrás, maior investidora em cultura do País, destina R$ 3 milhões para o Brasil inteiro este ano, o mesmo orçamento do governo de Geraldo Alckmin para o setor em São Paulo.”

Raman ressaltou que o seminário não atende só ao teatro carioca, pois suas questões são comuns a outros Estados. O presidente do Sindicato dos Produtores Teatrais do Paraná, Isidoro Diniz, veio de lá e gravou toda a fala do ministro e seus assessores. “A falta de políticas públicas para o setor e a conseqüente falta de investimentos é a mesma lá e aqui.” Em seu discurso, no entanto, Gil disse que o papel do Estado nesses investimentos ainda está em discussão e lembrou que a exigência do superávit primário tem prejudicado a atuação de sua pasta em todos os setores.

Uma das cobranças dos produtores era a falta de divulgação da Lei Rouanet para as empresas pois, ainda segundo a APTR, das 200 mil companhias públicas e privadas capazes de investir em teatro com esse recurso só 1.500 o fazem. E só apareceu no seminário o representante de uma delas, o diretor de Marketing do plano de saúde Dixamico, José Emílio Miguel, que investiu R$ 1 milhão em temporadas populares cariocas de Bazar Coração, com Regina Duarte e, Mulheres por um Fio, com Cristiane Torlone. “Investimos para expor a marca, voltada para as classes C e D, que normalmente não iriam ao teatro”, disse Miguel, prometendo que, em 2006, o investimento será igual.

 

 

 

 

 

 

 

 

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