Serra da Barriga é Patrimônio Cultural do Mercosul

serra

O quilombo Serra da Barriga, em Alagoas, recebeu o título de Patrimônio Cultural do Mercosul. O local é um dos principais símbolos da resistência ao modelo escravocrata imposto ao Brasil por mais de três séculos. O título será homologado no dia 8 de junho.

Para o presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira, o título valoriza a cultura afro-brasileira. “O reconhecimento do Mercosul é muito simbólico para o movimento negro, demonstra o respeito aos nossos ancestrais que tanto lutaram pela liberdade”, ponderou.

Oliveira destacou que o reconhecimento da Serra da Barriga pelos países do bloco que participaram da votação foi unânime. “Isso, sem dúvida, tem muito valor. Em cada manifestação favorável à Serra da Barriga, ouvíamos sobre a importância de preservar a cultura afro-brasileira”, disse. No próximo ano, segundo ele, a Serra da Barriga deverá concorrer a patrimônio mundial da humanidade, título oferecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O reconhecimento da Serra da Barriga como Patrimônio Cultural do Mercosul, além de valorizar os indivíduos e suas comunidades de matrizes africanas no continente americano, representa uma reparação às perseguições e à intolerância praticadas e reveladas por meio dos quilombos. Os locais serviam como refúgios de negros foragidos e perseguidos e hoje são reconhecidos como testemunhos da resistência e dos afrodescendentes na construção das identidades da América, em especial dos países do Mercosul.

Parque Memorial

O Parque Memorial Quilombo dos Palmares foi implantado em 2007, em um platô no alto da Serra da Barriga, que está localizada no município de União dos Palmares. O local recria o ambiente da República dos Palmares, maior e mais organizado refúgio de negros das Américas durante o período escravocrata. O quilombo também abrigava índios e brancos.

Dentro do Parque, foram reconstituídas algumas das mais significativas edificações do Quilombo dos Palmares. Com paredes de pau-a-pique, cobertura vegetal e inscrições em banto e iorubá, avista-se o Onjó de farinha (Casa de farinha), o Onjó Cruzambê (Casa do Campo Santo), o Oxile das ervas (Terreiro das ervas), as ocas indígenas e a Muxima de Palmares (Coração de Palmares).

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Cultura

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