Segunda Guerra Mundial 2

 

O PERÍODO ENTRE GUERRAS

Como consequência da 1ª Guerra Mundial, as frágeis democracias de alguns países europeus foram substituídas por regimes políticos de extrema-direita, como o fascismo e o nazismo.

Na segunda década do século XX, implantou-se na Rússia um regime totalitário de esquerda, que durante o governo do ditador Stalin atingiu um grau de repressão e violência jamais visto na história da Europa.

Do ponto de vista econômico, a guerra provocou a maior crise que o sistema capitalista conhecera até então: a crise de 1929.

De maneira geral, a guerra arruinou até os países vitoriosos, com exceção dos Estados Unidos, o único que enriqueceu, principalmente devido ao crescimento extraordinário de sua produção industrial, notadamente a bélica, que transformou os norte-americanos nos principais fornecedores de armas e munições para os países da Tríplice Entente e seus aliados.

A crise mundial de 1929, iniciada com a quebra da Bolsa de Nova York, foi causada por uma crise de superprodução e pela falta de interesse dos grandes capitalistas em avaliar os efeitos da crescente produção agroindustrial norte-americana.

A recuperação dos Estados Unidos se deu com a adoção do New Deal, a nova política econômica do presidente Roosevelt, caracterizada pelo intervencionismo estatal.

A situação social de fome, miséria e desemprego, bem como as constantes crises econômicas e políticas do pós-guerra, criou em algumas nações européias as condições necessárias para a implantação das ditaduras de direita e de esquerda, que transformaram profundamente a história da Europa.

O fascismo, criado por Mussolini, agrupava elementos de várias tendências políticas. Caracterizou-se pela exaltação da força, da violência, da guerra e do nacionalismo; rejeitava a democracia, o liberalismo, o socialismo e o marxismo, e negava o racionalismo.

Com suas pregações totalitárias, Mussolini conseguiu convencer os grandes capitalistas, homens de negócios e industriais italianos, de que o fascismo seria a melhor solução para o crescimento nacional e para a neutralização dos movimentos operários.

Na Alemanha de pós-guerra, a inflação e o desemprego reduziam à miséria camponeses, operários e a classe média.

Essa situação, somada ao fato de o governo se mostrar incapaz de solucionar os problemas nacionais, facilitou a ascensão de Hitler, que prometia ao povo desesperado salvar o país dos efeitos da guerra.

O nazismo, implantado por Hitler, além das mesmas características gerais do fascismo, apresentou a singularidade da crença de que os alemães pertenciam a uma raça superior e do particular racismo contra os judeus.

A ascensão do franquismo na Espanha se deu depois de uma sangrenta guerra civil entre as forças populares e as conservadoras da Falange, que temiam as reformas sociais e políticas do governo republicano.

Em síntese, a violência, o assassinato, a tortura e a repressão física e psicológica foram métodos aplicados tanto por regimes totalitários de direita quanto de esquerda, em qualquer lugar do mundo onde foram instalados.

A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A paz humilhante e revanchista imposta no Congresso de Versalhes aos derrotados na 1ª Guerra Mundial foi, sem dúvida, uma das causas da 2ª Guerra Mundial, iniciada 20 anos depois.

Podemos citar ainda, causas determinantes do segundo conflito mundial, a crise de 1929, a implantação dos regimes totalitários de direita e de esquerda e os interesses imperialistas e expansionistas de algumas das grandes potências mundiais, como a Alemanha, a União Soviética, o Japão, a Itália e outras.

No período entre guerras, as nações européias reiniciam suas políticas de alianças político-militares, a corrida armamentista e acordos de não-agressão, que não foram respeitados, principalmente pelos alemães e italianos.

As anexações da Áustria e da Tchecoslováquia pela Alemanha prenunciavam a eclosão da guerra, que finalmente teve início quando os exércitos de Hitler invadiram a Polônia.

Em 1941, os Estados Unidos entraram na guerra ao lado dos seus aliados tradicionais, França e Inglaterra, e a Alemanha invadiu a União Soviética, quebrando o acordo de não-agressão e neutralidade assinado por Hitler e Stalin em 1939.

As vitórias alemães nos primeiros anos de guerra e a ocupação nazista de países como França, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Grécia, Iugoslávia e outros geravam a crença de que Hitler poderia dominar o mundo.

A entrada dos Estados Unidos na guerra e o fim da neutralidade soviética começaram a inverter tal situação.

A partir de 1943, depois da vitória da União Soviética na Batalha de Stalingrado, começou a supremacia dos exércitos soviéticos sobre as tropas alemães.

A partir do famoso Dia D, quando os aliados iniciaram a grande ofensiva para libertar a França, os exércitos nazistas, que já sofriam sucessivas derrotas na frente oriental para os soviéticos, foram recuando para suas fronteiras até a rendição final, em Maio de 1945.

O Japão, que insistiu em continuar a guerra, foi bombardeado pelos norte-americanos, que lançaram bombas atômicas sobre Hiroxima e Nagasáqui. O Japão finalmente assinou sua rendição em Setembro de 1945.

PANORAMA DO MUNDO PÓS-GUERRA

Após a 2ª Guerra Mundial o mundo foi dividido em dois grandes blocos: o capitalista e o socialista.

No mundo capitalista a propriedade privada é intocável, existe a possibilidade de mobilidade social, a burguesia capitalista é dona dos meios de produção, o operariado para sobreviver vende a sua força de trabalho e a produção é organizada pelo capitalista, que visa à obtenção de lucro.

No mundo socialista a economia é planificada e controlada pelo Estado, que dirige a administra todos os meios de produção.

A desejada paz mundial não foi alcançada após 1945. Pelo contrário, o mundo pós-guerra é cheio de conflitos e divergências entre os povos.

As disputas pela liderança mundial entre as duas superpotências – União Soviética e Estados Unidos – geraram a Guerra Fria, uma guerra ideológica na qual cada uma delas procura ampliar sua área de influência.

A Guerra Fria foi causada pelo expansionismo soviético do Leste europeu, pela Doutrina Truman e pelo Plano Marshall.

Depois de um período de declínio no final dos anos 50, as tensões mundiais aumentaram no início dos anos 60 com a construção do muro de Berlim e a crise dos mísseis, esta última motivada pela pretensão soviética de instalar bases de lançamento de mísseis em Cuba.

A reação norte-americana, com o bloqueio naval da ilha, fez os soviéticos recuarem.

A 2ª Guerra Mundial trouxe também como consequência a descolonização da África e da Ásia, devido ao fim do mito racista de superioridade do homem branco, à crescente consciência nacionalista dos povos daqueles continentes e à luta pelo direito de autogoverno e autodeterminação defendidos pela ONU.

Na Conferência de Bandung, em 1955, os países participantes não aceitaram a divisão do mundo em dois blocos , nascendo daí o chamado Terceiro Mundo.

No contexto pobre e miserável da quase-totalidade dos países africanos, a África do Sul é uma exceção. É o país mais industrializado de todo o continente africano e o mais rico pelas suas minas de diamante, ouro, urânio e carvão.

Porém, a minoria branca dirigente da África do Sul impôs um regime segregacionista, conhecido como apartheid, com base no falso mito da inferioridade biológica do negro.

A frágil estabilidade da paz mundial é constantemente ameaçada por conflitos armados e divergências entre vários povos, cujo exemplo maior são as rivalidades entre árabes e judeus, no Oriente Médio.

Nos países da América Latina predominam a dependência econômica em relação às grandes potências capitalistas e uma estrutura produtiva basicamente agrária, em que as oligarquias latifundiárias dominam a política e o latifúndio é responsável por profundas desigualdades sociais.

A concentração da riqueza nas mãos de poucos e a miséria das massas camponesas e urbanas geram constantes crises políticas e tornam a América Latina receptiva às ideologias estrangeiras.

Em vários países da América Latina predominam as multinacionais e as economias desnacionalizadas.

O expansionismo soviético no pós-guerra resultou na sovietização dos países do Leste europeu, onde os governos se submeteram à orientação da União Soviética, a economia é controlada pelo Estado, os meios de produção foram estatizados e a direção política acabou nas mãos dos partidos comunistas.

A estrutura política do Leste europeu foi profundamente afetada com a ascensão de Gorbatchev ao poder na União Soviética e com o conjunto de suas reformas econômicas e políticas, conhecidas respectivamente por perestroika e glasnost.

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