Cineastas e videomakers baianos se rebelaram esta semana contra a censura ao curta O Fim do Homem Cordial, proibido de ser exibido nas salas do circuito cultural pela Diretoria de Artes Visuais e Multimeios (Dimas) da Secretaria do Cultura da Bahia. Um grupo de 50 defensores do filme ocupou, na segunda, parte das instalações da Dimas e exibiu o vídeo num aparelho de DVD com a ajuda de uma bateria de automóvel, após cortarem a energia elétrica do local. O motivo da polêmica é o conteúdo explosivo da obra dirigida por um estudante de cinema, o baiano Daniel Lisboa, de 25 anos: na fantasia do autor, o mais importante político da Bahia, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) é seqüestrado por um grupo terrorista que se diz representante de todas as vítimas do coronelismo no Estado. O bando exige a exibição de uma fita no noticiário da TV Bahia, da família de ACM, que mostra o político sendo achincalhado e agredido pelos criminosos à maneira dos vídeos produzidos pela Al Qaeda no Iraque. Essa história fictícia é contada em menos de 3 min. A qualidade do curta foi reconhecido pelo júri do Festival Imagem em 5 Minutos ironicamente promovido pela Dimas no ano passado. Logo após ser premiado, o filme teve a exibição vetada nas salas de arte do Estado e o então diretor do Dimas, Sérgio Borges, que ratificou a escolha, deixou o cargo.