Requião
Quatro dias após o término da edição dos 39 anos do Festival Internacional de Londrina, o Governo do Estado do Paraná informa à organização do evento, por meio da secretária Estadual de Cultura, Vera Mussi, que a verba de patrocínio aguardada pela organização do evento não será mais liberada.
Segundo a secretária informou por telefone ao diretor do FILO, Luiz Bertipaglia, esta foi uma decisão pessoal do governador Roberto Requião, que não deu explicações para a suspensão do patrocínio.
Nos últimos anos, o Festival de Londrina contava com patrocínio de R$ 350 mil do Governo do Estado. Em 2003, o repasse foi de R$ 500 mil; em 2004, de R$ 400 mil, e em 2005 e 2006, de 350 mil. Em 2007, a organização manteve o valor da solicitação e aguardou, durante praticamente todo o festival, o retorno da Secretaria de Estado da Cultura.
Mesmo após inúmeros telefonemas, apenas na última semana do evento a secretária Vera Mussi informou à organização que havia garantido R$ 50 mil, que era o valor que existia previsto no orçamento da pasta.
Finalizado o evento, cresce a expectativa da organização do FILO pela liberação da verba. Entretanto, no lugar dos recursos, veio apenas um NÃO do Governador, que mais uma vez comprovou a falta de interesse da administração estadual pela Cultura.
Vale lembrar que, como todos os anos, o material gráfico do Festival precisa ser feito com antecedência e que os patrocinadores estão representados por meio de suas logomarcas – como aconteceu com o Governo do Estado e a Secretaria de Estado da Cultura, que tiveram suas marcas amplamente divulgadas como patrocinadores do maior festival do continente americano.
Mas, como se não tivesse compromisso algum com o evento e a cidade de Londrina, o Governador Roberto Requião simplesmente manda informar que não haverá verba alguma para o FILO.
O Festival Internacional de Londrina foi realizado com a importante participação de patrocinadores como a Petrobras, o Governo Federal/Ministério da Cultura/Funarte, Prefeitura de Londrina/Secretaria Municipal da Cultura/Promic e a Caixa Econômica Federal.
No entanto, este ano o FILO não alcançou o suficiente para cobrir o orçamento de R$ 1,8 milhão. “Apresentamos ao Governo uma solicitação baseada no valor liberado no ano passado e já havíamos ficado surpresos com o enorme corte no valor. O que não conseguimos entender é essa nova atitude do governador, que salientou seu descaso com um evento da importância do FILO”.
A indecisão do Governo do Estado em liberar os recursos foi um dos motivos que levaram ao enxugamento dos dias e atrações do Cabaré FILO. “Tínhamos programado seis shows nacionais diferentes, em dois finais de semana. Tivemos três nacionais e um dia dedicado a atrações locais, em cinco dias corridos, que incluíram uma dobradinha de Zeca Baleiro, cuja procura por ingressos foi grande”, explica Bertipaglia.
Segundo o diretor, se a organização tivesse sido informada desde o início sobre a suspensão do patrocínio, vários compromissos não seriam assumidos, como a realização do próprio Cabaré.
A organização ainda está fazendo um balanço das despesas do festival, mas antecipa que empresários e demais interessados da cidade que queiram contribuir para diminuir o déficit podem entrar em contato com o FILO. A contribuição pode ser feita por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, que permite o abatimento do Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas.
O FILO é uma realização da Associação dos Amigos da Educação e Cultura do Norte do Paraná (Àmen) e Universidade Estadual de Londrina.
Por André Galvão