O Projeto Pixinguinha não está mais limitado às capitais e grandes cidades. A programação de 2005 se embrenha pelo interior e por bairros de periferia dos grandes centros urbanos levando 96 artistas a mais de cinco dezenas de cidades.
Quem não puder assistir aos shows, terá a chance de ouvir os encontros musicais pelo rádio: o ensaio geral de cada apresentação será realizado nos estúdios da Rádio Nacional, no Rio de Janeiro, e transmitido pela emissora para todo o país.
A partir de 1977, o Pixinguinha contabilizou 20 anos de caravanas musicais pelo Brasil afora e, em 2004, voltou à ativa depois de cinco anos de intervalo. Organizado em caravanas, o projeto sai de Salvador amanhã, com Joyce, Márcia Siqueira e Sérgio Santos, que compõem a Caravana 2 e vão percorrer mais sete cidades.
Já João Omar, Lula Queiroga & Banda Wolfgang e Silvério Pessoa, da Caravana 1, começam os shows pelo Rio de Janeiro, no dia 6 de abril, chegando a Belo Horizonte no dia 8. O show no teatro Francisco Nunes é o mesmo que vai rodar o Brasil, explica Silvério Pessoa, de Pernambuco.
Serão 25 minutos para cada artista e, depois, um encontro no palco para a apresentação de uma composição de um cancioneiro brasileiro: Jackson do Pandeiro, Noel Rosa, ou o próprio Pixinguinha.
Ferramentas
O forró e suas ramificações rítmicas – batuque, bumba-meu-boi, marchinha junina, coco e frevo –, misturados a musicalidades de origens distintas como rock, hip hop e o punk, são as ferramentas musicais de Silvério Pessoa, que participa pela primeira vez do projeto Pixinguinha.
“O show é eclético e ao mesmo tempo dinâmico. Quem for assistir vai ter um panorama do que é a atual música contemporânea brasileira vinda do Nordeste”, adianta.
Criado na Zona da Mata, Silvério Pessoa é um representante de peso da música independente de Pernambuco: com três edições do Festival Abril Pro Rock no currículo, ele lançou o álbum “O Povo dos Canaviais”, no ano passado, na Europa, e recebeu quatro estrelas da revista “Le Monde de La Musique”.
“Há um olhar ferino sobre o que está sendo produzido em Pernambuco. As rádios não tocam a música independente e as gravadoras estão enfraquecidas. O Pixinguinha é uma oportunidade de consumir um produto cidadão, que não tem vinculação com o mercado oficial capitalista”, observa.
Junto com Pessoa, sobem ao palco do Francisco Nunes o compositor, arranjador e instrumentista baiano João Omar, que desenvolve sua produção musical em peças para violão, canções e poemas musicados, e Lula Queiroga, parceiro musical constante de Lenine.
AGENDA – Projeto Pixinguinha: show com Silvério Pessoa, Lula Queiroga e & Banda Wolfgang e João Omar, 08 de abril, 18h30, no Teatro Francisco Nunes (parque Municipal, av. Afonso Pena, s/nº)