Uma dança que começou nos bailes funks da Cidade Maravilhosa conquistou o título de Patrimônio Cultural Imaterial do povo carioca. O Passinho, que é uma mistura diversos estilos, como o break, a capoeira, o frevo e até o ballet clássico, foi tema do Projeto de Lei nº 390/2017, da vereadora Verônica Costa (MDB), aprovado nesta quarta-feira (20).
A parlamentar contou que a motivação para propor a dança como patrimônio da cidade veio da capacidade do Passinho de unir comunidades em um momento em que a segurança pública busca soluções para a violência no Rio de Janeiro.
“É preciso que se reconheça e incentive a cultura gerada nas comunidades. Vivemos um momento delicado … A dança é responsável por amenizar a tensão entre diferentes favelas, uma vez que os dançarinos têm a capacidade de ultrapassar barreiras que separam territórios comandados por traficantes rivais”, argumentou a vereadora.
Para Verônica, que é conhecida como a Mãe Loira do Funk e há mais de trinta anos frequenta bailes e canta, esse título vai ampliar o alcance da cultura nas comunidades e pode atrair investimentos.
“Sou funkeira e sei, por viver isso, que não é de hoje que o movimento é criminalizado. Este reconhecimento dará mais visibilidade para o movimento Passinho Carioca, e ao Funk de modo geral. O poder público deve promover festivais, assim como parcerias com a iniciativa privada. É a consequência que se espera natural. A ignorância e o preconceito devem igualmente arrefecer”, opinou.
Batalha do Passinho é patrimônio cultural desde 2013
Já em 2013, uma competição que reunia dançarinos do estado do Rio, se tornou Patrimônio Cultural Imaterial da cidade do Rio. A Batalha do Passinho, que já até foi tema de documentário, agita anualmente as comunidades cariocas com prêmios de até R$10 mil reais.
Faça um comentário