Para levar o Brasil ao mundo

 

 

 

 

 

Estão abertas até o dia 30 as inscrições para grupos e artistas interessados em receber apoio do Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural do Ministério da Cultura (MinC). Os escolhidos terão custeadas despesas com transporte de artistas, técnicos e estudiosos convidados a participar de eventos culturais no Brasil e no exterior em janeiro, fevereiro e março do ano que vem.

 

Serão destinados R$ 300 mil para os três meses, dinheiro previsto desde o lançamento do edital, em março. Os recursos se dividirão entre todas as vertentes culturais e visam a ajudar na formação dos profissionais que trabalham com cultura. De março a outubro, os projetos de artes cênicas ficaram com 36% do dinheiro. A música, com 28%. Artes integradas (que englobam mais de uma área) levaram 16%. Artes plásticas ficaram com 11% e trabalhos relacionados à humanidades, 7%. No total, R$ 1,045 milhão financiaram 222 projetos e viagens de 695 pessoas.

 

Para o secretário de incentivo e fomento à cultura do MinC, Roberto Nascimento, o resultado do programa tem sido positivo, graças à crescente demanda de artistas e grupos. “Estamos divulgando melhor as informações e tornando-as de fácil acesso, pelo site.” O número de pessoas atendidas aumentou, segundo ele. Em 2006, o governo destinou R$ 595 mil para o plano, o que possibilitou o atendimento de 221 artistas. “Este ano, o número é superior. Para março de 2008 até o mesmo período de 2009, acredito que será ainda maior, uma vez que estamos pleiteando verba de R$ 1,8 milhão”, acrescenta.

 

A maior parte dos premiados viajou para a Europa e América do Sul. Entre os que cruzaram as fronteiras do país graças ao incentivo do MinC, está um dos integrantes do grupo Risadinha, de palhaços que se apresentam no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Guilherme Carvalho. Ele participou, em maio, do 7º Festival Internacional de Títeres (bonecos), em Quito, no Equador. Como o palhaço Pipino, Carvalho apresentou oito vezes a peça Pra subir na vida!, que traz elementos do teatro de mamulengos, como mímica e manipulação. “A participação no festival foi imprescindível para meu crescimento como artista”, garante Carvalho.

 

Além do festival, o artista aproveitou a estada em Quito para participar do Encontro Internacional de Palhaços de Hospital com o famoso Patch Adams, médico norte-americano que inspirou o filme homônimo. “O melhor foi chegar em Brasília e passar para meus companheiros de trabalho tudo o que aprendi lá.”

 

Marco Antônio de Rezende e mais cinco integrantes do Cia. Voar Teatro de Bonecos também comemoram o apoio que receberam para fazer parte, em outubro, do Festival Nacional de Teatro de Americana, em São Paulo. Lá, o grupo apresentou Os meninos verdes, adaptação da obra de Cora Coralina. “Foi excelente para nós. Tivemos a oportunidade de conhecer outros artistas, mostrar nosso trabalho para platéias diferentes”, destaca Rezende.

 

Segundo ele, programas do governo são fundamentais para que o artista sinta-se valorizado. “Se nosso pedido não tivesse sido aceito, poderíamos até ter ido ao festival, mas teríamos que pagar para trabalhar”, constata o artista. “Achei interessante o processo ser simplificado. O dinheiro sai rápido”, completa.

 

Em setembro, 12 brasilienses do Grupo de Teatro Experimental viajaram até Minas Gerais para o 2º Festival de Teatro Universitário de Patos de Minas. Junto com artistas de várias partes do país, o grupo apresentou o espetáculo infantil O príncipe de Quok e trouxe para a cidade o prêmio de melhor atriz para Michelly Scanzi. “A troca de informação num evento como esse é incrível”, garante o diretor da montagem, Romero Nepomuceno. “Apesar de o dinheiro não ter sido suficiente para custear todo o transporte, foi essencial para viabilizar a viagem.”

 

Seleção

Podem participar do programa grupos ou artistas em trabalhos individuais, convidados a fazer parte de atividades fora da cidade onde moram. “É exigida a apresentação do convite”, informa o secretário. A divisão dos recursos tende a ser organizada de maneira a beneficiar representantes de todas as vertentes. “A inscrição não pressupõe a apresentação da documentação. Ela pode ser entregue após a seleção”, explica Nascimento.

 

O projeto busca dar atenção especial aos portadores de deficiência e à comunidade indígena. “A banda de reggae Tribo de Jah, formada por cegos, esteve há poucos meses nos Estados Unidos com recursos do programa. Participou do evento Celebrando a Cultura para os Deficientes Físicos”, exemplifica o secretário. Além das viagens no Brasil, os contemplados participaram de atividades na Ásia, África, Oceania, Europa e Américas. “É iniciativa estratégica para o Brasil difundir sua importância cultural no mundo”, crê Nascimento.

 

 

PROGRAMA DE INTERCÂMBIO E DIFUSÃO CULTURAL

Inscrições até dia 30, no link Apoio a Projetos do site www.cultura.gov.br

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