Na madrugada do dia 26 de julho de 1942, um navio mercante brasileiro foi bombardeado por um submarino alemão com 52 tripulantes a bordo. Foi o 13º navio brasileiro atacado pelos submarinos do Eixo durante a 2ª Guerra. O navio se chamava Almirante Tamandaré, em homenagem ao herói nacional e patrono da Marinha de Guerra do Brasil.
Apresentação Dilson Santa Fé
HISTÓRIA
O Tamandaré foi o décimo-terceiro navio mercante brasileiro a ser atacado pelos submarinos do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial. Seu afundamento ocorreu em 26 de julho de 1942, torpedeado pelo U-66, ao largo de Trinidad e Tobago, nos limites entre o Mar do Caribe e o Oceano Atlântico, causando a morte de quatro, dentre os 52 tripulantes a bordo.
Gravura do submarino U-66 quando afundou o navio mercante brasileiro Tamandaré.
O afundamento
Antes da viagem, o mercante brasileiro recebeu informações de que a zona em que iria navegar estava infestada de submarinos nazistas. O Capitão-de-Longo-Curso José Martins de Oliveira, comandante da embarcação, resolve então modificar sua rota. A viagem transcorria tranquila, ao largo de Trinidad e Tobago, quando, na tarde do dia 25 de julho de 1942, os brasileiros são alertados de que um submarino alemão avariado navegava na superfície. Verificada a rota do inimigo, o Tamandaré achou que podia enfrentá-lo com a artilharia de bordo, um recurso que estava sendo utilizado pelo Brasil para minimizar os ataques sofridos aos seus navios. Feitos os cálculos, preparou-se o ataque. Vários disparos foram feitos do navio brasileiro, mas os alemães se defendiam com manobras rápidas.
Na madrugada do dia 26 de julho de 1942, às 2:10 (hora local; 8:15 pelo Horário da Europa Central), quando se preparava para novo ataque, o navio, vindo do Recife com cargas variadas (café, tecidos, medicamentos, areia monazítica e manganês), é surpreendido pelo ataque de outro submarino alemão – o U-66, comandado pelo Capitão-Tenente Friedrich Markworth. Desta vez, o u-boot teve melhor sorte e acabou por disparar uma salva de dois torpedos contra o Tamandaré. Era uma noite estrelada e de lua cheia, o que pode ter contribuído para a localização do navio, que, provavelmente, teve a sua posição informada pelo submarino que escapara.
Um dos torpedos atingiu o navio, causando uma explosão tão violenta que arruinou três baleeiras de bombordo e matou instantaneamente quatro tripulantes que estavam de serviço da sala de máquinas. A tripulação restante, bem como a guarnição do canhão, conseguiu se salvar através das outras duas baleeiras restantes. Em quarenta minutos o navio estava afundado.
Os sobreviventes foram recolhidos pelo barco-patrulha norte-americano USS PC-492 depois de serem avistados por um avião.
Consequências
No inquérito que foi aberto no consulado brasileiro de Port of Spain, em Trinidad e Tobago, o capitão Martins afirmou que exercera rigorosa vigilância para que não fosse surpreendido por um ataque. Reclamou, porém, que a falta de bons binóculos prejudicou essa tarefa, bem como asseverou que a tripulação era maior do que o necessário. Para ele, naquele tipo de navio, a guarnição de 52 homens poderia ser reduzida para 42, já inclusos os artilheiros.
Martins também relatou que as ordens sobre as saídas dos navios deveriam ser transmitidas em linguagem cifrada, o que não era muito comum, lembrando, ainda, que o ideal seria que tais saídas fossem determinadas pelo comandante, o que evitaria a navegação em lua cheia por locais infestados de submarinos.
História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. Vai ao ar pela Rádio Brasil Cultura de segunda a sexta-feira.
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