Ouça “História Hoje” 17/08: Há 82 anos, nascia o sambista Candeia

 

candeia

17 de agosto de 1935, nasce Antonio Candeia Filho. O sambista Candeia nasceu no Rio de Janeiro, desde os 6 anos de idade frequentava as rodas de samba e de choro organizada pelo pai Antonio Candeia.

Apresentação Carmen Lúcia

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ANTONIO CANDEIA FILHO

(1935 – 1978)

Cantor, compositor e ativista de movimentos sociais, Candeia nasceu em 17 de agosto de 1935, no Rio de Janeiro (RJ). O pai, Antônio Candeia, era tipógrafo, flautista e integrante de comissões de frente de escolas de samba. Desde os seis anos de idade frequentava as rodas de samba e de choro organizadas por seu pai, sambista e boêmio, amigo de Paulo da Portela e João da Gente, Claudionor Cruz e Zé da Zilda.

 

Aprendeu a tocar violão e cavaquinho, passando a participar das reuniões de sambistas na casa de Dona Ester, em Oswaldo Cruz. Também era frequentador dos terreiros de candomblé, das rodas de capoeira e da Escola de Samba Vai Como Pode, que deu origem à Portela. Começou a compor aos 13 anos.

 

Seu primeiro samba-enredo para a Portela foi em 1953, “Seis datas magnas”, em parceria com Altair Marinho. Com esse samba a escola foi campeã no carnaval daquele ano, obtendo nota máxima em todos os quesitos. Ainda neste período fundou a Ala da Mocidade da Portela, e mais tarde integrou a Ala dos Impossíveis, considerada por Paulo da Portela como a ala que mais deu frutos para a escola. No início dos anos 60, dirigiu o conjunto Mensageiros do Samba.

 

Em 1957, aos 22 anos, entrou para a Polícia Civil, assumindo o cargo de Investigador. Policial severo, vivia prendendo prostitutas e malandros. Certa vez, em uma sinuca, chegou a pedir documentos a um certo rapaz que mais tarde seria conhecido como Paulinho da Viola. No dia 13 de dezembro de 1965, após abordar um caminhão e esvaziar o revólver nas rodas do veículo, foi surpreendido pelo motorista que lhe desfechou cinco tiros. Um deles alojou-se na medula óssea, deixando-o paralítico. Logo depois, aposentou-se da polícia e passou a dedicar-se exclusivamente à carreira artística.

Sua vida e sua obra transformaram-se completamente. Dono de uma personalidade rica e forte, Candeia foi líder carismático, afinado com as amarguras e aspirações de seu povo, articulando-se a várias entidades do Movimento Negro. Fiel à sua vocação de sambista, cantou sua luta através da música. Como compositor sempre defendeu a comunidade negra, coerente com seus ideais. Em 8 de dezembro de 1975 fundou o Grêmio Recreativo de Arte Negra Escola de Samba Quilombo, que deveria carregar a bandeira do samba autêntico. O documento que delineava os objetivos da nova escola dizia: “Escola de Samba é povo na sua manifestação mais autêntica! Quando o samba se submete às influências externas, a escola de samba deixa de representar a cultura de nosso povo”. Tinha como objetivo o desenvolvimento de um centro de pesquisa voltado para o estudo da arte negra. Por meio da escola, a comunidade assistia todos os fins de semana, em sua quadra, a grupos de capoeira, maculelê, afoxé e apresentação de artistas como Clara Nunes, João Nogueira, Guilherme de Brito, Paulinho da Viola, entre outros. No carnaval de 1977, além de desfilar pelas ruas de Coelho Neto e Acari, encerrou os desfiles das campeãs com seus 400 componentes, entre os quais Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Xangô e Clementina de Jesus.  Assim como Paulinho da Viola e Martinho da Vila, Candeia possuía grande proximidade com o Partido Comunista Brasileiro (PCB)

 

Publicou juntamente com Isnard Araújo, em 1978, o livro “Escola de Samba, Árvore que Esqueceu a Raiz” pela Editora Lidador/Seec.

Faleceu em 16 de novembro de 1978, no Rio de Janeiro.

História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. Vai ao ar pela Rádio Brasil Cultura de segunda a sexta-feira

 

 

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