OS FILMES CANTADOS – Cinema Brasileiro

cinemamudoTambém em 1909, começam a se firmar os filmes cantados. Os artistas ficavam atrás das telas e iam falando ou cantando, conforme a cena. O gênero começou em São Paulo, com Francisco Serrador. Muitos eram rodados na ponte grande e os atores ficavam num barquinho, representando cenas romànticas, cantando velhas canções espanholas ou italianas, ou árias de óperas conhecidas.

No Rio de Janeiro, Auler, do Cinematógrafo Rio Branco, contrata cantores líricos e produz vários filmes, fotografados por Julio Ferrez e orquestrados pelo maestro Costa Junior. No início eram filmes curtos, como “Barcarola” , filme natural feito em Copacabana e Arpoador, com Antònio Cataldi. Com o sucesso, as fitas se alongaram e em 1911, “O Guarani” foi filmado quase integralmente, cantado por artistas vindos especialmente de Buenos Aires.

Labanca e Leal são os primeiros e em julho de 1909, o Palace exibe em 3 atos a opereta “A viúva alegre”, dirigido por Eduardo Leite e Américo Colombo.

Antònio Leal monta sua própria firma e o Palace apresenta fitas fotografadas por Emílio Silva, e é feito o primeiro drama histórico: “Inês de Castro”.

A briga entre Labanca e Leal favorece Auler, e o Rio Branco passa a ser o favorito do público. “A viúva alegre”, de Auler, com fotografia de Aberto Moreira atinge até o final do ano 300 exibições.

“A Tosca” e “Sonho de Valsa”, com direção de José Gonçalves Leonardo entram em cartaz no mesmo ano, além de “A Gueisha”, que foi mandado colorir em Paris, na casa Pathé. “Paz e amor”, foi o primeiro filme brasileiro de maior sucesso na primeira e Segunda décadas do século XX.

O sucesso das operetas em filmes é tanto que modelos de sapatos são lançados (“Chaleira” e “Viúva alegre”), e as lojas comerciais fazem reclame copiando as fitas de sucesso. “Paz e Amor” vira nome de uma revista cinematográfica, aproveitando o momento. O nome foi tirado do discurso de posse do Presidente Nilo Peçanha, que teria declarado aos jornalistas que “Farei um governo de Paz e amor…”

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