Fruto da parceria entre o Instituto Pensarte e Escrituras Editora, começa a ser publicada a coleção “Democracia Cultural”, cuja meta principal é estabelecer um novo olhar sobre as questões relacionadas à Cultura.
A nova série aparece “em um momento em que as adversidades e conflitos do mundo globalizado nunca trouxeram tantas conseqüências à sociedade contemporânea, o aprendizado do verdadeiro sentido das políticas culturais se faz urgente para tratar de questões como o fundamentalismo, a tolerância e a ética política”, de acordo com o ideário de “Democracia Cultural”.
O volume de estréia é Diversidade Cultural – Globalização e culturas locais: dimensões, efeitos e perspectivas, organizado por Leonardo Brant, presidente da Brant Associados e do Instituto Diversidade Cultural. No volume estão 17 autores nacionais e estrangeiros que expõem suas visões sobre o efeito da globalização influenciando culturas locais.
“O primado do econômico nas relações sociais reduz a cultura a mera mercadoria”, critica o Ministro Gilberto Gil, autor do prefácio “Do conhecimento à sabedoria”. Segundo o organizador Leonardo Brant – que ocupa também a vice-presidência da International Network for Cultural Diversity – “o Brasil tem ciência de sua riqueza cultural variada, plural. Mais do que isso, já se dá conta de que essa miscigenação de cultura, de povos, de origens, de tons, cores e sabores é o que define seu povo único.”
No artigo que assina na obra, “Dimensões e Perspectivas da Diversidade Cultural no Brasil”, Brant lança um olhar crítico sobre a forma com que a OMC (Organização Mundial do Comércio) vem tratando os bens culturais. Ele analisa especificamente o domínio crescente da cultura americana no mundo.
Os outros autores que colaboram com artigos no livro Diversidade Cultural são: Priscila Beltrame, François de Bernard, Rafael Segóvia, Ben Goldsmith, Hermano Vianna, Nina Obuljen, Michel Nicolau, Yvon Thiec, Garry Neil, Vera Cíntia Alvarez, Lobão (colaboração: Silvio Crespo), Joost Smiers e Israel do Vale.
Debate internacional
Outros dois volumes da coleção “Democracia Cultural” serão editados ainda em 2005. Democracia Audiovisual, de André Martinez, “amplia o debate sobre a questão audiovisual como fator determinante para a sustentabilidade de um projeto de nação”, oferecendo uma proposta de articulação regional para o desenvolvimento desse setor.
O outro título já confirmado é Artes sob Pressão, de Joost Smiers, onde o professor e pesquisador da área de ciência política das artes no Grupo de Pesquisa de Artes e Economia na Escola de Artes de Utrecht, Holanda, “analisa um sistema que privilegia as imensas indústrias culturais, em detrimento do interesse público”. Para 2006 está previsto o lançamento do quarto volume, dessa vez sobre arte-cidadania.
O lançamento de Diversidade Cultural será no dia 30 de agosto na Fnac Paulista, a partir das 19 horas. Na ocasião haverá um debate sobre o tema com a participação do organizador Leonardo Brant, e de Bernd Fichtner, doutor em filosofia e diretor do Programa Doutorado Internacional em Educação da Universidade de Siegen, na Alemanha. A mediação será feita por Priscila Beltrame, consultora do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) da Justiça do Timor Leste.