Esse termo normalmente refere-se a trabalhos de arte baseados na observação dos objetos que representam e não em estilizações ou conceitos pré-forjados a respeito dos mesmos. Em seu sentido mais amplo, seria a aproximação máxima realizada pelo artista entre a obra e a natureza daquilo que pretendia ser representado. Entretanto, uma obra em que não pode ser observada uma rígida preocupação em descrever algo com o máximo de detalhes verossímeis, ainda assim (em alguns casos) pode ser considerada naturalística, se apresentar coerência com o aspecto geral. Os gregos são os primeiros a receberem a denominação de naturalistas na História da Arte, principalmente devido a sua produção do Período Clássico. Apesar da idealização de uma beleza física (conhecida como padrão de beleza clássico), suas obras são baseadas no estudo e na observação das estruturas do corpo humano. A idealização, portanto, não aparece aqui como antônimo de naturalismo. Os renascentistas italianos também são conhecidos pelo naturalismo em suas obras, uma vez que esse era um dos padrões estéticos da arte grega que pretendiam resgatar. Além disso, costuma-se usar a expressão arte naturalista em oposição à arte abstrata, ou como sinônimo de realismo (note-se que realismo, quando em letra maiúscula, refere-se a uma escola presente na História da Arte e nesse sentido, não é correto o uso indistinto dos dois termos). Pode ainda referir-se a uma escola pictórica determinada. Nesse caso é designada para nomear os caravaggistas, artistas bastante influenciados pelo estilo do italiano Caravaggio, que fazia questão de ressaltar em suas obras a verossimilhança, independente de um resultado final agradável. O crítico de arte e colecionador italiano Giovanni Pietro Bellori (1615 – 1696), conhecido por seus estudos do período barroco, foi o primeiro a utilizar-se desse termo pretendendo designar essa escola.
Autoria: Adriano Afonso Diniz