Nasce a Vera Cruz

 

Nos vinte primeiros anos do cinema falado, a produção paulista foi quase inexistente, enquanto que a carioca se consolidou e prosperou. Eram as famosas chanchadas da Atlântida. Precárias comédias carnavalescas estreladas por artistas como Oscarito, Grande Otelo, Zezé Macedo  e recheadas com sucessos musicais do momento. Eram sucesso garantido de público. Baseando-se nisso, Zampari resolve criar um companhia para produzir filmes de qualidade como os de Hollywood. “Como é que aqueles filmes horríveis, malfeitos e vulgares, podiam ter tanto sucesso? Se esses filmes do Rio, tão ruins, tem tanto sucesso só porque são nacionais, imagine se fossem bons…”, pensou ele.

A Vera Cruz era uma empresa mais moderna e ambiciosa. Dispunha do apoio da burguesia de São Paulo, a metrópole econômica do País. O surgimento da Vera Cruz reflete aspectos da história cultural do Brasil: a influência italiana, o papel de São Paulo na modernização da cultura, o surgimento e as dificuldades das indústrias culturais no país e as origens da produção audiovisual brasileira.

Modelo Hollywood

De fato, o modelo da Vera Cruz era Hollywood, mas a mão de obra qualificada foi importada da Europa: o fotógrafo era britânico, o editor austríaco e o engenheiro de som dinamarquês. Pessoas de mais de vinte e cinco nacionalidades trabalharam na Vera Cruz, mas os italianos eram mais numerosos. A Cia. foi construída em São Bernardo do Campo e  ocupava 100 mil metros quadrados.

Os equipamentos para os estúdios eram todos importados. O sistema de som tinha 8 toneladas de aparelhos e  veio de Nova Iorque. Na época, era a maior carga área  enviada da América do Norte para a América do Sul. As câmeras, apesar de segunda mão,  eram as mais modernas do mundo e estavam em ótimo estado. Enquanto chegava os equipamentos, eram montadas as salas de cortes, a carpintaria, o almoxarifado o restaurante, as casas e os apartamentos dos artistas.

Um grande nome da Cia. será Alberto Cavalcanti, o brasileiro que começou na
França, na chamada avant-garde, colaborou em produções dos estúdios franceses de Joinville, estimulou e inspirou a renovação do documentário britânico.  Cavalcanti estava em São Paulo para um série de conferências e  foi convidado pelo próprio Zampari, que o achava  o homem ideal para dirigir a Vera Cruz. Cavalcanti gostou da idéia, assinou contrato e teve carta branca para fazer tudo o que quisesse como diretor-geral da Cia. Fechou contratos com Universal e Columbia Pictures para a distribuição mundial dos filmes que iria fazer. Ele achava que seria impossível, somente o mercado interno, cobrir os custos das produções que estavam sendo planejadas. Porém com sua personalidade exigente e intrigante, Cavalcanti produz dois filmes, briga com os donos da companhia e pede demissão. Pode-se dizer que a saída de Cavalcanti em 1951, é a primeira de uma série de crises que acompanhará e levará a Vera Cruz a falir.

Sucesso

Em 1953 o objetivo de se produzir e lançar seis filmes em um ano é atingido: “Uma Pulga na Balança”, “A família Lero-Lero”, “Esquina da Ilusão”, “Luz Apagada” e mais duas super produções de enorme sucesso nas bilheterias nacionais e internacionais: “Sinhá Moça” e “O Cangaceiro”.

Estes dois últimos darão a Vera Cruz  espaços nos exigentes circuitos europeus, além da primeira grande premiação internacional de nosso cinema. “O Cangaceiro” recebe prêmio de melhor filme de aventura no Fesival de Cannes. Fatura só no mercado brasileiro 1.5 milhões de dólares. Fica para a Cia, apenas 500.000 dólares deste total, pouco mais da metade do custo do filme que foi de 750.000 dólares. No exterior, o faturamento chegou às dezenas de milhões de dólares. Na década de 50, foi considerado uma das maiores bilheterias da Columbia Pictures. Porém, nenhum dólar a mais viria para a Vera Cruz, já que toda comercialização internacional pertencia à Columbia. No auge do sucesso a Vera Cruz está financeiramente quebrada. Pode-se dizer que o maior sucesso da Vera Cruz virou seu maior prejuízo.

The End

Sem saída, a Vera Cruz caminha para o encerramento de suas atividades com uma dívida gigantesca. O credor principal, o Banco do Estado de São Paulo, assume a direção da empresa e agiliza a conclusão dos últimos filmes. O policial “Na senda do crime”, a comédia, “É proibido beijar”, outro filme com Mazzaropi, “Candinho” e a última superprodução é também grande sucesso de bilheteria, “Floradas na Serra”.

No Natal de 1954, chega-se ao fim da aventura. É o fim também para Zampari, que teve que por toda sua fortuna pessoal em jogo, numa dramática tentativa de salvar a Vera Cruz. O depoimento de Débora Zampari, sua esposa para Maria Rita Galvão, no livro “Burguesia e Cinema: O Caso Vera Cruz”, diz tudo. “Nós levávamos uma boa vida(…)Nossa casa era muito grande e agradável, eu tinha tempo, gosto e dinheiro para poder levar vida de sociedade(…) A Vera Cruz foi um sorvedouro, um Moloch que consumiu tudo o que era
nosso, inclusive a saúde e a vitalidade de meu marido. Ele nunca conseguiu se recuperar do golpe. Morreu amargurado, pobre e só.”
 
 

ASSIM ERA A ATLÂNTIDA – Veja comentários sobre os filmes feita pela Atlântida.

Em 18 de setembro de 1941, Moacir Fenelon e José Carlos Burle fundam a Atlântida Cinematográfica com um objetivo bem definido: promover o desenvolvimento industrial do cinema brasileiro. Liderando um grupo de aficcionados, entre os quais o jornalista Alinor Azevedo, o fotógrafo Edgar Brazil, e Arnaldo Farias, Fenelon e Burle prometiam fazer a necessária união de um cinema artístico com o cinema popular.

Durante quase dois anos são produzidos somente cinejornais, o primeiro deles, o Atualidades Atlântida. Da experiência adquirida com os cinejornais vem o primeiro longa-metragem, um documentário-reportagem sobre o IV Congresso Eucarístico Nacional, em São Paulo, em 1942. Junto, como complemento, o média-metragem Astros em Desfile, uma espécie de parada musical filmada com artistas famosos da época, antecipando o caminho que a Atlântida percorreria mais tarde.

Em 1943 acontece o primeiro grande sucesso da Atlântida: Moleque Tião. Dirigido por José Carlos Burle, com Grande Otelo no papel principal e inspirado em dados biográficos do próprio ator. Hoje não existe sequer uma cópia do filme que, segundo a crítica, abria caminho para um cinema voltado às questões sociais ao invés de um cinema preocupado em divulgar apenas números musicais.

De 1943 a 1947 a Atlântida consolida-se como a maior produtora brasileira. Nesse período são produzidos 12 filmes, destacando-se Gente Honesta, de 1944, direção de Moacir Fenelon, com Oscarito no elenco, e Tristezas Não Pagam Dívidas, também de 1944, dirigido por José Carlos Burle. No filme Oscarito e Grande Otelo atuam juntos pela primeira vez, mas sem ainda formar a famosa dupla.

O ano de 1945 marca a estréia na Atlântida de Watson Macedo, que se transformaria num dos grandes diretores da companhia. Macedo dirige o filme Não Adianta Chorar, uma série de esquetes humorísticos entremeados com números musicais carnavalescos. No elenco Oscarito, Grande Otelo, Catalano, e outros comediantes do rádio e do teatro.

Em 1946 outro destaque: Gol da Vitória, de José Carlos Burle, com Grande Otelo no papel do craque Laurindo. Produção bastante popular sobre o mundo do futebol, lembrando em muitas cenas o célebre Leônidas da Silva (o “diamante negro”), o melhor jogar da época.

Ainda em 1946, Watson Macedo faz a comédia musical Segura Essa Mulher , com Grande Otelo e Mesquitinha. Grande sucesso, inclusive na Argentina.

O filme seguinte, Este Mundo é um Pandeiro, de 1947, é fundamental para se entender as comédias da Atlântida, também conhecidas como chanchada. Nele, Watson Macedo delineava com grande precisão alguns detalhes que as chanchadas assumiriam mais tarde: a paródia à cultura estrangeira, em especial ao cinema feito em Hollywood, e uma certa preocupação em expor as mazelas da vida pública e social do país. Uma sequência antológica de Este Mundo é um Pandeiro mostra Oscarito travestido de Rita Hayworth parodiando uma cena do filme “Gilda”, e em outras cenas alguns personagens criticam o fechamento dos cassinos.

Dessa primeira fase da Atlântida resta apenas a comédia Fantasma por Acaso, de Moacir Fenelon. Os outros filmes perderam-se num incêndio nas instalações da empresa, em 1952.

Em 1947 ocorre a grande virada na história da Atlântida. Luiz Severiano Ribeiro Jr. torna-se sócio-majoritário da empresa, integrando-se a um mercado que já dominava nos setores de distribuição e exibição. A partir daí, a Atlântida consolida suas comédias populares e a chanchada transforma-se na marca registrada da companhia.

A entrada de Luiz Severiano Ribeiro Jr. na Atlântida assegura, de imediato, maior penetração dos filmes junto ao grande público, definindo os parâmetros do sucesso da produtora. Controlando todas as fases do processo (produção, distribuição, exibição) e favorecido pela ampliação da reserva de mercado de um para três filmes, o esquema montado por Luiz Severiano Ribeiro Jr., que possuía também um laboratório para processamento dos filmes, considerado um dos mais modernos do país, representa uma experiência inédita na produção cinematográfica voltada exclusivamente para o mercado.

Estava aberto o caminho para a chanchada. O ano de 1949 marca definitivamente a forma em que o gênero atingiria o clímax e atravessaria toda a década de 50.

Watson Macedo já demonstra em Carnaval no Fogo um perfeito domínio dos signos da chanchada, misturando habilmente os tradicionais elementos do “showbusiness” e do romance, com uma intriga policial envolvendo a clássica situação de troca de identidade.

Mas paralelo às chanchadas, a Atlântida envereda pelos chamados filmes sérios. O melodrama Luz dos meus Olhos, de 1947, dirigido por José Carlos Burle, abordando problemas raciais, não faz sucesso de público, mas é premiado pela crítica como melhor filme do ano.

Adaptada do romance “Elza e Helena”, de Gastão Cruls, Watson Macedo realiza A Sombra da Outra e recebe o prêmio de melhor diretor de 1950.

Antes de sair da Atlântida e fundar sua própria produtora, Watson Macedo faz mais dois musicais para a empresa: Aviso aos Navegantes, em 1950, e Aí Vem o Barão, em 1951, consolidando a dupla Oscarito e Grande Otelo, verdadeiro fenômeno de bilheteria para o cinema brasileiro.

Em 1952 José Carlos Burle realiza Carnaval Atlântida, espécie de filme-manifesto, associando definitivamente a Atlântida ao carnaval, e abordando com humor o imperialismo cultural, tema quase sempre presente em seus filmes, e Barnabé, Tu És Meu, parodiando os antigos contos das “Mil e uma Noites”

Ainda em 1952, a Atlântida ruma pelo “thriller” romântico-policial. O filme é Amei um Bicheiro, dirigido pela dupla Jorge Ileli e Paulo Wanderley. Um dos mais importantes filmes produzidos pela Atlântida, Amei um Bicheiro, embora não seguisse os esquema das chanchadas, trazia no elenco basicamente os mesmos atores desse tipo de comédia, inclusive Grande Otelo num notável desempenho dramático.

Mas a Atlântida se renova. Em 1953 um jovem diretor, Carlos Manga, faz seu primeiro filme. Em A Dupla do Barulho, Manga, que havia passado por todos os setores da Atlântida antes de estrear na direção, mostra já saber dominar os principais elementos narrativos do cinema feito em Hollywood. E é justamente essa identificação com o cinema norte-americano que marca esteticamente a dependência do cinema brasileiro com a indústria de Hollywood, num conflito sempre presente nos filmes da década de 50.
 

Depois da bem-sucedida estréia, Carlos Manga realiza, em 1954, Nem Sansão Nem Dalila e Matar ou Correr, duas comédias modelos na utilização da linguagem da chanchada que superavam a gargalhada banal.

Nem Sansão Nem Dalila, paródia à super-produção hollywoodiana “Sansão e Dalila”, de Cecil B. de Mille, e uma dos melhores exemplos de comédia brasileira de caráter político, satiriza as manobras para um golpe populista e as tentativas de neutralizá-lo. Qualquer semelhança com o governo do Presidente Getúlio Vargas não é mera coincidência.

Matar ou Correr é um delicioso faroeste tropical parodiando o clássico “Matar ou Morrer, de Fred Zinnemann. Destaque mais uma vez para a dupla Oscarito e Grande Otelo, e para a competente cenografia de Cajado Filho.

Essas duas comédias firmam definitivamente o nome de Carlos Manga, mantendo como pontos de apoio o humor de Oscarito e Grande Otelo e os argumentos sempre criativos de Cajado Filho.

Oscarito, desde 1954 sem a parceria com Grande Otelo, continua demostrando seu talento em sequências memoráveis como nos filmes O Golpe, de 1955, Vamos com Calma e Papai Fanfarão, ambos de 1956, Colégio de Brotos, de 1957, De Vento em Popa, também de 1957, em que Oscarito faz uma hilariante imitação do ídolo do “rock” Elvis Presley. Em 1958, Oscarito vive o personagem Filismino Tinoco, protótipo de funcionário público padrão, na comédia Esse Milhão é Meu, e em outra sensacional paródia, Os Dois Ladrões, de 1960, imita os trejeitos de Eva Todor em frente ao espelho, numa clara referência ao filme “Hotel da Fuzarca”, com os Irmãos Marx.

De todos os filmes dirigidos por Carlos Manga na Atlântida, O Homem do Sputnik, de 1959, talvez seja o que melhor sintetize (mesmo sem números musicais) o espírito irreverente da chanchada. Divertida comédia sobre a “guerra-fria”, O Homem do Sputnik faz uma contundente crítica ao imperialismo norte-americano e é considerado pelos especialistas os melhor filme produzido pela Atlântida. Além da impagável atuação de Oscarito, temos a exuberância da novata Norma Bengel e Jô Soares em seu primeiro papel no cinema.

Em 1962, a Atlântida produz seu último filme, Os Apavorados, de Ismar Porto. Depois associa-se a várias companhias nacionais e estrangeiras em co-produções. Em 1974, em conjunto com Carlos Manga, realiza Assim Era a Atlântida, coletânea contendo trechos dos principais filmes produzidos pela empresa.

De 1941 a 1962 a Atlântida produz 66 filmes. Quando se fala em Atlântida nos vem logo à
lembrança o humor irreverente de Oscarito e Grande Otelo, os galãs Cyll Farney, Anselmo Duarte, as “mocinhas” Eliana, Fada Santoro, Adelaide Chiozzo, os “vilões” José Lewgoy, Renato Restier, os diretores Moacir Fenelon, José Carlos Burle, Watson Macedo, e Carlos Manga, que entre outros, encantaram o público durante tantos anos.
 

A IMPORTÂNCIA DOS FILMES DA ATLÂNTIDA

Os filmes da Atlântida representam a primeira experiência brasileira de longa duração na produção cinematográfica voltada para o mercado com um esquema industrial auto-sustentável.

O início da década de 50 marca a volta de Vargas ao Poder, eleito, agora, pelo voto direto. Tentando despedir-se de sua vocação agrária, o Brasil começa a percorrer os caminhos da industrialização. Observa-se o crescimento das grandes cidades brasileiras em função desse estímulo à industrialização, provocado, também, pelo êxodo rural.

Tal contexto possibilita a abertura do caminho para os filmes da Atlântida, principalmente, para as chanchadas, o gênero mais popular feito no cinema brasileiro até hoje.

Para o espectador, o fato de encontrar na tela tipos populares como o herói malandro e desocupado, os mulherengos e preguiçosos, as empregadas domésticas e as donas de pensão, os imigrantes nordestinos, provoca grande receptividade.

Mesmo pretendendo, em certos aspectos, imitar o modelo hollywoodiano, as chanchadas transpiram uma inconfundível brasilidade ao colocar em relevo os problemas cotidianos da época.

Presentes na linguagem da chanchada, elementos do circo, do carnaval, do rádio e do teatro. Atores e atrizes de grande popularidade no rádio e no teatro ficam imortalizados através das chanchadas. Ficam registradas, também, consagradas músicas carnavalescas e os sucessos do rádio.

Comédias apressadas e sem conteúdo para os críticos da época, as chanchadas só têm seu valor reconhecido durante a década de 70, quando uma nova geração de especialistas observa nesse tipo de comédia qualidades até então despercebidas, principalmente, o conteúdo crítico existente em seus enredos.

Em nenhum outro momento de sua história, o cinema brasileiro tem tanta aceitação popular. Carnaval, homem urbano, burocracia, demagogia populista, temas sempre presentes nas chanchadas, abordados com vivacidade e o insuperável humor carioca.

Os filmes da Atlântida e particularmente as chanchadas formam o retrato de um país em transição, abdicando dos valores de uma sociedade pré-industrial e ingressando na vertiginosa ciranda da sociedade de consumo, cujo modelo teria num novo meio (a TV) o seu grande sustentáculo.
 
 

FILMES PRODUZIDOS PELA ATLÂNTIDA

1- Astros em Desfile(1942)
Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Grande Otelo, Emilinha Borba, Luiz Gonzaga, Manézinho Araujo, Quatro Ases e Um Coringa, Déo Maia.

Filme média-metragem com números musicais interpretados por artistas famosos da época. Era exibido junto com o documentário sobre o IV Congresso Eucarístico, realizado em São Paulo.

2-Moleque Tião (1943)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Grande Otelo, Custódio Mesquita.

Primeiro filme produzido pela ATLÂNTIDA

3- É Proibido Sonhar (1943)

Direção: Moacir Fenelon.
Elenco: Mesquitinha, Lourdinha Bittencourt, Mário Brasini.

4- Brasil Desconhecido (1944) Documentário

Direção: Paulo Burle.

5- Tristezas Não Pagam Dívidas(1944)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Jayme Costa, Ítala Ferreira.

Primeiro filme de Oscarito e Grande Otelo juntos.

Primeiro filme de Oscarito na ATLÂNTIDA.

6- Gente Honesta(1945)

Direção: Moacir Fenelon.
Elenco: Oscarito, Vanda Lacerda, Mário Brasini, Lídia Matos.

7- Romance de um Mordedor(1945)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Mesquitinha, Modesto de Souza.

8- Não Adianta Chorar(1945)

Direção: Watson Macedo.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Mary Gonçalves.

Primeiro filme dirigido por Watson Macedo na ATLÂNTIDA.

9- Vidas Solitárias(1945)

Direção: Moacir Fenelon.
Elenco: Mário Brasini, Vanda Lacerda.

10- Gol da Vitória(1946)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Grande Otelo, Ítala Ferreira.

11- Segura Esta Mulher(1946)

Direção: Watson Macedo.
Elenco: Mesquitinha, Marion, Grande Otelo, Catalano, Colé.

12- Sob a Luz do Meu Bairro(1946)

Direção: Moacir Fenelon.
Elenco: Milton Carneiro, Alma Flora, Catalano, Luiza Barreto Leite.

13- Fantasma por Acaso(1946)

Direção: Moacir Fenelon.

Elenco: Oscarito, Mário Brasini, Vanda Lacerda, Mary Gonçalves, Luiza Barreto Leite.

14- Este Mundo é um Pandeiro (1946)

Direção: Watson Macedo.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Marion, Olga Latour, Catalano. Números musicais com Emilinha Borba, Nélson
Gonçalves, Luiz Gonzaga, Afonso e Adelaide Chiozzo, Alvarenga e Ranchinho.

15- Luz dos Meus Olhos(1947)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Celso Guimarães, Cacilda Becker, Grande Otelo, Luiza Barreto Leite, Heloisa Helena.

16- Asas do Brasil(1947)

Direção: Moacir Fenelon.
Elenco: Oscarito, Celso Guimarães, Mary Gonçalves, Violeta Ferraz, Paulo Porto.

17- Falta Alguém no Manicômio (1948)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Oscarito, Modesto de Souza, Vera Nunes.

18- Terra Violenta(1948)

Direção: Eddie Bernoudy (americano).
Elenco: Anselmo Duarte, Celso Guimarães, Graça Mello, Heloisa Helena, Mário Lago, Maria Fernanda, Luiza
Barreto Leite, Grande Otelo, Aguinaldo Camargo.

19- É Com Esse que Eu Vou(1948)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Marion, Catalano, Heloisa Helena, Madame Lou. Números musicais com Luiz
Gonzaga, Emilinha Borba, Adelaide Chiozzo, Alvarenga e Ranchinho, Quitandinha Serenaders, Ciro Monteiro, Ruy
Rey.

20- E o Mundo se Diverte(1949)

Direção: Watson Macedo.

Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Alberto Ruschel, Eliana, Catalano, Madame Lou. Numeros musicais com Quitandinha Serenaders, Ruy Rey, Luiz Americano, Aracy Costa, Juliana Yanakiewa e seu corpo de baile. Primeiro Filme de Eliana.

21- O Caçula do Barulho(1949)

Direção: Ricardo Freda (italiano).
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Anselmo Duarte, Giana Maria Canale.

Primeiro filme brasileiro com cenas de brigas usando técnicas cinematográficas italianas, que influenciaram a inclusão desse tipo de cena na chanchada carioca.

22- Escrava Isaura(1949)

Direção: Eurides Ramos
Elenco: Fada Santoro, Cyll Farney, Graça Mello, Sadi Cabral, Fregolente.

Primeiro filme de Cyll Farney.

23- Também Somos Irmãos(1949)

Direção: José Carlos Burle.

Elenco: Grande Otelo, Aguinaldo Camargo, Vera Nunes, Sérgio Oliveira, Agnaldo Rayol, Jorge Dória, Ruth de Souza.

24- Carnaval no Fogo(1949)

Direção: Watson Macedo.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Anselmo Duarte, Eliana, José Lewgoy, Adelaide Chiozzo, Rocyr Silveira, Francisco Dantas. Números musicais com Francisco Carlos, Elvira Pagã, Jorge Goulart, Marion, Ruy Rey e sua orquestra, Benê Nunes e sua orquestra, Cuquita Carballo, Vocalistas Tropicais, Juliana Yanakiewa e seu corpo de baile.

Filme reunindo os elementos que definiram a chanchada: romance, humor, ação, e números musicais.

Primeiro filme de José Lewgoy.

25- Não é Nada Disso(1950)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Catalano, Modesto de Souza, Mara Rúbia.

26- A Sombra da Outra(1950)

Direção: Watson Macedo.
Elenco: Anselmo Duarte, Eliana, Rocyr Silveira, Fregolente.

Prêmio de melhor direção de 1950 para Watson Macedo.

27- Aviso aos Navegantes(1951)

Direção: Watson Macedo.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Anselmo Duarte, Eliana, Adelaide Chiozzo, José Lewgoy, Ivon Cúri. Números musicais com Jorge Goulart, Francisco Carlos, Emilinha Borba, Quatro Ases e Um Coringa, Benê Nunes e sua orquestra, Cuquita Carballo, Ruy Rey e sua orquestra, Jualiana Yanakiewa e seu corpo de baile.

Primeiro filme de Ivon Cúri.

28- Aí Vem o Barão(1951)

Direção: Watson Macedo.
Elenco: Oscarito, Cyll Farney, Eliana, José Lewgoy, Adelaide Chiozzo, Ivon Cúri.

Primeiro filme de Cyll Farney e Eliana juntos.

29- Maior que o Ódio(1951)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Anselmo Duarte, Jorge Dória, Ilka Soares, José Lewgoy, Agnaldo Rayol.

30- Areias Ardentes(1951)

Direção: J. B. Tanko.
Elenco: Cyll Farney, Fada Santoro, Renato Restier, Luiza Barreto Leite, José Lewgoy.

Adaptação de uma novela de Eduardo Pessoa Guimarães.

31- Barnabé, Tu És Meu(1952)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Cyll Farney, Fada Santoro, José Lewgoy, Renato Restier, Adelaide Chiozzo, Emilinha Borba, Pagano Sobrinho, Jece Valadão, Wilson Viana. Números musicais com Francisco Carlos, Marion, Ivon Cúri, Ruy Rey e sua orquestra, Benê Nunes, Os Cariocas, Vera Lúcia, Bill Farr, Mary Gonçalves.

Primeira comédia de Fada Santoro.

Emilinha Borba canta e faz o papel de Rosita.

32- Três Vagabundos(1952)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Cyll Farney, Ilka Soares, José Lewgoy.

33- Amei um Bicheiro(1952)

Direção: Jorge Ileli e Paulo Wanderley.
Elenco: Cyll Farney, Eliana, Grande Otelo, José Lewgoy, Josette Bertal, Jece Valadão.

Carlos Manga assistente de direção.

34- É Pra Casar? (1953)

Direção: Luiz de Barros.
Elenco: Silva Filho, Diana Morel, Manoel Vieira, Carlos Tovar, Adriano Reis, Grijó Sobrinho.

35- Carnaval em Caxias(1953)

Direção: Paulo Wanderley
Elenco: José Lewgoy, Dóris Monteiro, Modesto de Souza, Josette Bertal, Consuelo Leandro, Wilson Grey, Iracema Vitória. Números musicais com Benê Nunes, Linda Batista, Dircinha Batista, Jorge Goulart, Nora Ney, Nélson Gonçalves, Carmélia Alves, Valdo César.

Nélson Pereira dos Santos assistente de direção.

Uma Produção ATLÂNTIDA Cinematográfica/Flama Filmes.

36- Carnaval ATLÂNTIDA(1953)

Direção: José Carlos Burle.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Cyll Farney, Eliana, José Lewgoy, Renato Restier, Colé, Maria Antonieta Pons, Iracema Vitória, Carlos Alberto, Wilson Grey. Números musicais com Benê Nunes, Blecaute, Nora Ney, Dick Farney, Francisco Carlos, Bill Farr, Chiquinho e sua orquestra.

Carlos Manga dirige os números musicais.

37- A Dupla do Barulho(1953)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Edith Morel, Renato Restier.

Primeiro filme dirigido por Carlos Manga.

38- Os Três Recrutas(1953)

Direção: Eurides Ramos.
Elenco: Ankito, Colé, José Lewgoy, Adriano Reis, Míriam Teresa, Dary Reis.

39- Nem Sansão Nem Dalila(1954)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Eliana, Fada Santoro, Cyll Farney, Wilson Viana, Carlos Cotrim, Wilson Grey.

Paródia ao filme Sansão e Dalila, de Cecil B. de Mille.

40- Malandros em Quarta Dimensão(1954)

Direção: Luiz de Barros.
Elenco: Jayme Costa, Colé, Grande Otelo, Julie Bardot, Amelinha Lisboa, Wilson Grey, Carlos Tovar, Adriano Reis, Sérgio de Oliveira, Suzy Kirby. Números musicais com Blecaute, Bob Nélson, Dick Farney, Nora Ney, Francisco Carlos, Benê Nunes, Horacina Correa, Adelaide Chiozzo, Eliana, Bill Farr.

41- A Outra Face do Homem(1954)

Direção: J. B. Tanko.

Elenco: Renato Restier, Eliana, Carlos Tovar, Inalda de Carvalho, John Herbert.

Primeiro filme de Inalda de Carvalho, que venceu o concurso Miss Cinelândia, em 1953. O prêmio, um contrato com a ATLÂNTIDA.

42- Matar ou Correr(1954)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, José Lewgoy, Inalda de Carvalho, John Herbert, Renato Restier, Wilson Grey, Wilson Viana, Altair Vilar, Julie Bardot.

Paródia ao filme Matar ou Morrer, de Fred Zinnemann.

43- Guerra ao Samba (1955)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Cyll Farney, Eliana, Renato Restier, Renata Fronzi, Margot Louro, Wilson Viana, Francisco Carlos, Ivon Cúri, Ítala Ferreira. Números musicais com Blecaute, Dircinha Batista, Vocalistas Tropiciais, Jorge Goulart, Nora Ney, Dalva de Andrade, Trio de Ouro, Bené Nunes, Herivelto Martins e sua escola de samba.

Primeiro filme de Francisco Carlos como ator.

44- O Golpe(1955)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Violeta Ferraz, Renato Restier, Margot Louro, Míriam Teresa, Adriano Reis, Afonso Stuart.

Adaptação da peça O Golpe, de Mário Lago e José Wanderley.

45- Paixão nas Selvas(1955)

Direção: Franz Eichhorn.
Elenco: Cyll Farney, Grande Otelo, Vanja Orico, Wilson Grey, Gilberto Martinho.

Uma co-produção ATLÂNTIDA Cinematográfica/Astra (Alemanha Ocidental). Foi feita uma versão em alemão com alguns atores diferentes. 4

6- Chico Viola Não Morreu(1955)

Direção: Roman Viñoly Barreto (argentino).
Elenco: Cyll Farney, Eva Wilma, Inalda Carvalho, Wilson Grey, Heloísa Helena, Joe Lester, Wilza Carla.

Biografia romanceada do cantor Francisco Alves.

47- Colégio de Brotos(1956)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Cyll Farney, Inalda de Carvalho, Margot Louro, Míriam Teresa, Renato Restier, Avany Maura, Francisco Carlos, Badaró, Afonso Stuart, Daniel Filho, Augusto César, Moacir Deriquem, Agildo Ribeiro.

Récorde de bilheteria com 250 mil espectadores na primeira semana.

48- Vamos Com Calma(1956)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Cyll Farney, Eliana, Ivon Cúri, Margot Louro, Avany Maura, Wilson Grey, Wilson Viana, Moacir Deriquem, Maurício Sherman. Números musicais com César de Alencar, Ataulfo Alves, Blecaute, Emilinha Borba, Bill Farr, Jorge Goulart, Nora Ney, Francisco Carlos, Ester de Abreu, Isaurinha Garcia, Ruy Rey, Heleninha Costa, Venilton Santos.

Adaptação da peça Cabeça de Porco, de Luiz Iglézias e Miguel Santos.

49- Papai Fanfarrão(1956)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Cyll Farney, Míriam Teresa, Margot Louro, Berta Loran, Afonso Stuart, Mário Lago.

Adaptação da peça Papai Fanfarrão, de Mário Lago e José Wanderley.

50- Garotas e Samba(1957)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Renata Fronzi, Adelaide Chiozzo, Sonia Mamede, Zé Trindade, Francisco Carlos, Zezé Macedo, Pituca, Jece Valadão, César Ladeira, Ivon Cúri,Teresinha Morango, Grijó Sobrinho, Suzy Kirby, Berta Loran. Números musicais com Jorge Goulart, Nora Ney, Emilinha Borba.

51- Treze Cadeiras(1957)

Direção: Franz Eichhorn.
Elenco: Oscarito, Renata Fronzi, Zé Trindade, Oswaldo Elias, Zezé Macedo, Monsueto e sua escola de samba, Coro dos Canarinhos (regido por Frei Beto).

52- De Vento em Popa(1957)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Cyll Farney, Dóris Monteiro, Sonia Mamede, Zezé Macedo, Margot Louro.

Prêmio da crítica do Rio de Janeiro de melhor filme de 1957.

53- É a Maior(1958)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Cyll Farney, Sonia Mamede, Walter D’ávila, Pituca, Nádia Maria, Dinorah Marzullo, Murilo Néri.

54- Esse Milhão é Meu(1958)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Sonia Mamede, Míriam Teresa, Margot Louro, Zezé Macedo, Afonso Stuart, Augusto César, Francisco Carlos.

55- E o Espetáculo Continua(1958)

Direção: Cajado Filho.
Elenco: Cyll Farney, Eliana, Dóris Monteiro, John Herbert, Zezé Macedo, Augusto César, Pituca, Ítalo Rossi, César Viola.

56- O Homem do Sputnik(1959) Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Zezé Macedo, Cyll Farney, Neide Aparecida, Jô Soares, Norma Bengel, César Viola, Heloísa Helena, Alberto Peres, Grijó Sobrinho, Hamilton Ferreira, Labanca, Fregolente, Abel Pera.

Primeiro filme de Jô Soares e Norma Bengel.

57- Cupim(1959)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Margot Louro, Sonia Mamede, Augusto César, Marilu Bueno, Renato Restier, César Viola.

Adaptação da peça Cupim, de Mário Lago e José Wanderley.

58- O Palhaço o que É?

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Carequinha, Fred Villar, Sonia Mamede, Nancy Wanderley, Francisco Anísio, Hamilton Ferreira, Castro Barbosa, Fábio Sabag, Labanca, Yara Côrtes, Jaime Filho, Silveirinha.

59- Aí Vem a Alegria(1959)

Direção: Cajado Filho.
Elenco: Sonia Mamede, Sérgio Roberto, Francisco Negrão, Renato Restier, Antonio Carlos, Pituca, Mária Pétar, Carmem Verônica, Evelyn Rios, Carlos Manga, Dick Farney, Jackson do Pandeiro e Almira Castilho, Nestor Montemar, Abgail Paresi.

60- Duas Histórias (Cacareco Vem Aí)(1960)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Cyll Farney, Sonia Mamede, Odete Lara, Jaime Filho, Francisco Anísio.

61- Os Dois Ladrões(1960)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Cyll Farney, Eva Todor, Jaime Filho, Irma Álvarez, Jayme Costa, Ema D’ávila, Sérgio Roberto, Lenita Clever.

62- Quanto Mais Samba Melhor(1961)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Cyll Farney, Mária Pétar, Vagareza, Jayme Costa, Antonio Carlos, Rose Rondelli, Jaime Filho, Vera Regina, Waldir Maia, Diana Morel.

63- Pintando o Sete(1961)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Cyll Farney, Sonia Mamede, Mária Pétar, Vera Regina, Ilka Soares, Ema D’ávila, Antonio Carlos, Zélia Hoffman, Jomery Pozzoli, Grijó Sobrinho, Hélio Colona. 6

4- Entre Mulheres e Espiões(1962)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Oscarito, Vagareza, Rose Rondelli, Paulo Celestino, Marly Bueno, Modesto de Souza, Silveirinha.

65- As Sete Evas(1962)

Direção: Carlos Manga.
Elenco: Cyll Farney, Odete Lara, Marly Bueno, Sonia Müller, Zélia Hoffman, Márcia de Windsor, Delly Azevedo, Adriano Reis, Paulo Autran, Míriam Rony, Célia Biar, Hélio Colona, Carlos Duval, Karla Kramer.

Uma Produção ATLÂNTIDA Cinematográfica/Cyll Farney.

66- Os Apavorados(1962)

Direção: Ismar Porto.

Elenco: Oscarito, Vagareza, Siwa, Nair Bello, Adriano Reis, Mária Pétar, César Viola.

67- Assim Era a ATLÂNTIDA(1974)

Direção: Carlos Manga.

Documentário com trechos dos principais filmes produzidos pela ATLÂNTIDA.

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