Enquanto o país celebra a resistência e a memória negra, o deputado Renato Freitas — novamente alvo de violência, racismo e perseguição — enfrenta ataques orquestrados, mesmo sob a defesa firme do professor doutor Edson Abdala, um dos advogados mais respeitados do Brasil.
Há episódios que, pela própria gravidade, não admitem silêncio. Há momentos em que a verdade não apenas exige voz, mas exige firmeza, clareza e coragem. Este é um deles. Não posso — nem devo — deixar passar em branco o que ocorreu com o deputado Renato Freitas, hoje devidamente defendido pelo professor doutor Edson Abdala, um dos mais respeitados juristas e advogados do país. Quando tamanha injustiça se instala, é dever moral escancarar os fatos.
O que se viu não foi um mal-entendido, nem uma troca impulsiva de palavras ríspidas. O que se viu foi perseguição — e ela se iniciou no exato instante em que Renato cruzou caminho com Wesley.
A cena poderia ter saído de um filme, não fosse a completa ausência de qualquer traço de ficção. O deputado atravessava a rua com sua companheira quando o agressor, ignorando regras básicas de convivência e de respeito à vida alheia, quase os atropelou. Diante do risco real e imediato, Renato fez o que qualquer pessoa sensata faria: pediu respeito aos pedestres. Um pedido simples. Óbvio. Humano.
Mas bastou o vidro do carro descer para que, junto com ele, descesse também o nível da civilidade. O que veio à tona não foram palavras duras — foram ofensas racistas, proferidas com a intenção clara de humilhar, intimidar e provocar. A partir daí, o ambiente deixou de ser apenas hostil: tornou-se inflamado, movido a ódio gratuito.
A confusão que se seguiu foi breve e, ao que tudo indica, já estava encerrada quando Renato voltou ao seu carro. O episódio poderia — e deveria — ter acabado ali. Mas não acabou. O agressor, acompanhado de duas pessoas, escolheu transformar o incidente em caçada. Correram pela rua atrás do deputado. E, quando o semáforo fechou, retomaram as agressões, agora diante de público e de uma câmera convenientemente acionada. Um deles filmava — não para registrar a verdade, mas para fabricar um espetáculo.
Pouco depois, o vídeo — editado, mutilado, desconectado do contexto real — foi publicado em uma rede social alinhada à extrema direita. Em menos de duas horas, surgiram pedidos de cassação do mandato de Renato. A pressa, no entanto, denunciava o propósito: não esclarecer, mas instrumentalizar.
A velocidade das acusações contrasta com a lentidão da reflexão — e, por isso mesmo, é fundamental que a polícia conduza a investigação com rigor absoluto. A verdade não tem medo de apuração. Será preciso separar, com lucidez, o que é fato do que é fabricação. E os fatos são claros: Renato foi vítima de um quase atropelamento, vítima de agressões verbais e de insultos racistas, e finalmente vítima de perseguição.
Este episódio diz muito mais sobre os agressores do que sobre o agredido. Mostra como a violência, quando encontra solo fértil na intolerância, tenta se fantasiar de indignação moral. Mas não há edição capaz de apagar a realidade, nem campanha difamatória que substitua os acontecimentos vividos na rua, no semáforo, à vista de todos.
A verdade é teimosa. Ela resiste. E, quando emerge, é contundente.
E ela emergirá — porque, neste caso, não há narrativa artificial que se sustente, nem mentira que perdure diante do que realmente aconteceu.
* Renato de Almeida Freitas Junior é um jurista, político, ativista e ex-líder estudantil brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores. Atualmente exerce o cargo de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Paraná
Cláudio Ribeiro
Graduado em Direito
Pós-Graduado
História do Brasil
Ciências Políticas
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