Morre, aos 73 anos, Lô Borges, um dos pilares do Clube da Esquina e da música brasileira


Cantor e compositor mineiro faleceu em Belo Horizonte após complicações decorrentes de uma intoxicação medicamentosa. Ícone da MPB, Lô deixa um legado de obras que marcaram gerações.


Morreu nesta segunda-feira (3), aos 73 anos, o cantor e compositor Lô Borges, um dos nomes mais importantes da música brasileira e figura central do movimento Clube da Esquina. A informação foi confirmada pela família do artista.

Lô Borges estava internado desde o dia 17 de outubro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Belo Horizonte. O músico deu entrada na instituição após sofrer uma intoxicação por medicamentos e precisou ser submetido à ventilação mecânica. No dia 25 de outubro, os médicos realizaram uma traqueostomia para auxiliar na respiração. Apesar dos esforços da equipe médica, o artista não resistiu às complicações.

Nascido em Belo Horizonte, em 10 de janeiro de 1952, Lô Borges foi um dos fundadores do Clube da Esquina, movimento que transformou a música brasileira nos anos 1970 ao unir MPB, rock, jazz e sonoridades regionais. Ao lado de Milton Nascimento, Beto Guedes, Tavito, Tiso, entre outros, ajudou a moldar uma estética musical única, marcada pela poesia e pela experimentação harmônica.

O álbum “Clube da Esquina” (1972), lançado em parceria com Milton Nascimento, é considerado uma das maiores obras da música brasileira. Dele saíram clássicos como “O Trem Azul”, “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo” e “Paisagem da Janela”, canções que atravessaram décadas e seguem inspirando novas gerações de músicos e ouvintes.

Além do trabalho coletivo, Lô também construiu uma sólida carreira solo, lançando discos elogiados pela crítica, como “A Via-Láctea”, “Insolúvel” e “Meu Filme”. Sua música sempre dialogou com o cotidiano, a natureza e o sentimento mineiro de pertencimento e introspecção.

Nas redes sociais, artistas e admiradores lamentaram a morte do compositor. Diversos colegas destacaram a sensibilidade e a originalidade de Lô, que, mesmo discreto, manteve-se fiel à arte e à amizade que sempre nortearam o Clube da Esquina.

Lô Borges deixa esposa, filhos e um legado musical que permanece vivo no coração do Brasil.

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