A carta do cineasta João Batista de Andrade (íntegra abaixo), enviada nesta sexta-feira (16), para avisar ao presidente Michel Temer que não aceita ser promovido do cargo de ministro interino da Cultura para titular é o primeiro racha na cúpula do PPS sobre a permanência ou não no governo. Com uma pequena, mas influente bancada, o partido tem dez deputados liderados por Arnaldo Jordy (PA), que defende o desembarque do governo.
Outro representante do PPS no governo é o ministro da Defesa, o também deputado Raul Jungmann (PE). Responsável por um ministério que administrativamente é muito mais complexo do que a pasta da Cultura, Jungmann permanece no cargo para evitar colapso administrativo na relação com as Forças Armadas, que precisam de ordens objetivas no dia-a-dia para funcionar.
Parte da cúpula do PPS acredita que o país poderá ser gerido por um governo congressual, onde o presidente faz tudo o que a maioria do Senado e da Câmara querem e passa a tratar da defesa das acusações. O governo procura um nome influente no eixo cultura Rio São Paulo e, ao mesmo tempo, que possa ajudar a manter ou até ampliar o apoio principalmente entre deputados.
Veja a íntegra da carta:
“Brasília, 16 de junho de 2017. Ao Excelentíssimo Presidente da República Senhor Michel Temer Comunico a Vossa Excelência, respeitosamente, o meu desinteresse em ser efetivado como Ministro de Estado da Cultura, posto que venho exercendo interinamente, e por determinação legal do regimento interno, por ser o atual Secretário-Executivo do Ministério da Cultura.
Assim sendo, confirmo a minha disposição para contribuir da forma mais proativa possível com a transição de gestão do Ministério da Cultura, até a nomeação dos próximo Ministro do Estado da Cultura e seu respectivo Secretário-Executivo.
Respeitosamente,
João Batista de Andrade Ministro de Estado
Interino da Cultura”
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