Mídia trata literatura infantil com timidez

Pesquisa inédita lançada pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), pelo Movimento Brasil Literário e o Instituto C&A destaca o papel da imprensa na cobertura de literatura para jovens no Brasil. O levantamento “Mídia e promoção da leitura literária para crianças e adolescentes” teve como fonte 75 especialistas e instituições ligadas ao tema. Apesar de ter detectado que o assunto ganhou importância na imprensa, a pesquisa mostra que ela ainda é relativamente pequena.

 

A divulgação do estudo acontece entre os dias 6 e 10 de julho, durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e coincide com o lançamento da “Campanha por um Brasil Literário” também na Flip.

 

De acordo com as informações levantadas, existe um interesse crescente pela literatura editorial no Brasil. Aproximadamente 45% da população é constituída por não leitores, logo, o papel dos meios de comunicação é muito importante para garantir visibilidade ao assunto.

 

A pesquisa também analisou a cobertura sobre leitura de literatura contidas em 1.489 reportagens, artigos, colunas, editoriais e entrevistas publicadas nos principais jornais diários brasileiros entre 2008 e 2009. E apesar do crescimento, os artigos analisados ainda possuem enfoque local, principalmente municipal. No total, 19,7% das reportagens repercutem em ações nas capitais, onde está a maioria dos veículos pesquisados.

 

Dos textos analisados, 72,3% restringem-se à descrição de acontecimentos factuais, como eventos ou campanhas. Poucas matérias questionam políticas públicas de incentivo à leitura no país. Apenas 18,2% apresentam causas, 17,2% consequências e 11,3% apontam soluções para os problemas enfrentados na área.

 

Educomunicação como alternativa

 

A Educomunicação, apesar de ser uma disciplina nova nos círculos acadêmicos de jornalismo, é uma das saídas para inserir jovens estudantes da rede pública no universo dos livros. Auxiliando-os na edição de jornais e revistas. Ou na produção de programas de rádio e TV e na manutenção do blog da classe com novidades. Essas são as chamadas práticas de “educomunicação”, visando alertar as novas gerações sobre a importância da mídia. Segundo Ismar de Oliveira Soares, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da USP, o termo identifica a aplicação de sistemas de comunicação na sala de aula, quetem tido cada vez mais crescimento e aceitação nas escolas públicas e particulares. “O objetivo dessa prática é preparar e conscientizar os receptores de informação e fazer com que, além de consumir, eles interajam com a mídia”, destaca Soares.

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