Meu Piano – Maringá

Hideraldo Grosso: "Nem mesmo o Teatro Calil Haddad tem um instrumento em condições de receber um pianista de nível internacional"

São R$ 50 mil para pianos. Pianos para serem instalados em cinco espaços culturais da cidade: Centro de Ação Cultural (CAC), Casa de Cultura do Jardim Alvorada, Sala Joubert de Carvalho e os teatros Reviver e Barracão.

Essa é a proposta do projeto de lei nº11.724/2010, de autoria do vereador Heine Macieira (PP) aprovada por unanimidade na noite desta quinta-feira em primeira discussão na Câmara Municipal. O projeto agora vai para uma segunda votação na próxima terça-feira e, se aprovada, segue para sanção do executivo.

Apesar de ter encontrado unanimidade na Câmara, o projeto enfrentou críticas como a do presidente da subseção de Maringá da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), João Everardo Vieira, que disse à reportagem de O Diário na quinta-feira que o dinheiro que poderá ser destinado aos instrumentos seria melhor investido no Hospital Municipal.

A crítica de Vieira não foi bem recebida por Heine, que acredita que o dinheiro da Cultura deve ir para a cultura. “Eu fui questionado que a questão dos pianos não é prioridade, mas prioridade é uma questão subjetiva. Tem que se ter uma visão global da situação. Esse projeto vai dinamizar a cultura na cidade e quando se investe em cultura, você também tem resultado na saúde, pois com a cultura você tem um relaxamento do stress”, diz Macieira, que também é médico.

 

Incentivo

A secretária de Cultura, Flor Duarte, mulher do vereador Heine Macieira, diz que é necessário que esses espaços tenham pianos. A intenção da secretária é, se aprovada a lei, abrir licitação para a compra de cinco pianos acústicos e de boa qualidade.

 

“O piano abre muitas possibilidades culturais. Uma peça pode ter música ao vivo, um espetáculo de dança pode ter música ao vivo,um filme mudo, não apenas aumenta o número de concertos de música erudita. O piano também é usado na música popular. Além disso, pode incentivar os produtores locais a criarem espetáculos usando a música ao vivo, já que eles terão a possibilidade desse recurso”, diz.

A necessidade de se comprar um piano para cada local vem do fato de que o piano não é um instrumento portátil e, após cada mudança de local, é necessário afiná-lo, um processo que necessita de um profissional especializado.

“É o instrumento mais completo e que dá mais possibilidades. É o equipamento absolutamente necessário para o teatro, porque às vezes as pessoas deixam de fazer música ao vivo porque não tem piano”, diz Flor.

O pianista Hideraldo Grosso, professor da Escola de Música da UEM, diz que hoje, em Maringá o Auditório Luzamor é o único espaço cultural da cidade com um piano de alto nível, o que limita o número de apresentações de pianistas, tanto locais quanto de fora.

“Nem mesmo o Teatro Calil Haddad tem um instrumento em condições de receber um pianista de nível internacional”, diz Hideraldo.

“Um teatro tem equipamentos de luz, de climatização, de projeção acústica, e, entre outros fatores, está um piano. O piano não pode deixar de fazer parte desse acervo. Em qualquer teatro de primeira linha, o palco está equipado com esse instrumento. Como Maringá só tem um espaço com piano de primeira linha, todo mundo disputa aquele espaço. É preciso ter piano em várias salas e teatros, e isso já é de hábito não só em capitais, mas também em cidades do interior”, diz o pianista e professor da Escola de Música da UEM.

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