Mercado de livros cresce no Brasil, indica instituto

 

 

 

O mercado comprou mais livros do que o governo federal em 2007. Segundo um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas ), divulgado em São Paulo, as compras governamentais – um volume de quase R$ 727 milhões – tiveram uma queda de 0,67% no ano passado em relação a 2006. As vendas para a população totalizaram R$ 2,286 bilhões, um aumento de 6,41% no mesmo período.

A professora de economia Leda Paulani, coordenadora da pesquisa, relativizou a variação dizendo que não se pode relacionar as compras governamentais às compras do mercado em geral porque o governo segue estratégias que podem mudar anualmente.

O governo permanece o maior comprador individual do mercado editorial brasileiro, sendo responsável por cerca de 36% do número de exemplares comercializados, contra 64% dos demais agentes.

Encomendada pela CBL (Câmara Brasileira do Livro) e pelo SNEL (Sindicato Nacional dos Editores), a pesquisa aponta ainda um crescimento real de 0,44% no faturamento das editoras em 2007, já descontada a inflação do setor no período.

Paulani também relativizou o crescimento do mercado editorial divulgado nos anos anteriores. Para a professora, tratava-se de um crescimento nominal, sem o desconto da inflação, ao passo que em 2007 houve um crescimento real.

Apesar de a adesão à pesquisa ter sido baixa – apenas 60 editoras das mais de 200 abordadas responderam o questionário da Fipe – a professora diz que a representatividade da amostra é alta porque as editoras de maior faturamento participaram do estudo.

O número de títulos editados em 2007 sofreu queda de 2,3% em relação ao ano anterior, com uma diminuição dos títulos didáticos de 6,03%. Já o segmento de livros religiosos editou expressivos 27,98% mais títulos em 2007.

Nas vendas, uma curiosidade: as livrarias continuam como principal canal de comercialização, respondendo por 47,69 % das vendas em 2007. Mas a venda porta a porta aumentou 91,37%, o que apontaria para um maior consumo por classes de baixa renda em 2007.

Rosely Boschini, presidente da CBL, disse que vê com otimismo sobretudo o crescimento do número de títulos editados pelo segmento infantil, que subiu 15,18% em 2007. Já Sonia Jardim, presidente do SNEL, destacou a queda do preço médio do livro de R$ 11,61 em 2006 para R$ 11,41 em 2007. “Ainda que pequena, a queda representa muito no bolso do consumidor e do governo, e aponta que a desoneração fiscal vem mostrando resultados”, afirmou Sonia.

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