Regiões de fronteira do Brasil se transformaram em museus públicos a céu aberto. Nove obras de arte “novas” -instaladas entre 1999 e 2001- foram concebidas para cidades de divisa do país com os vizinhos do Mercosul: Argentina, Paraguai e Uruguai.
O acervo é o resultado do projeto “Fronteiras”, iniciado pelo Itaú Cultural em 1998 e que hoje tem sua última etapa: o lançamento de um livro conclusivo que permite ao público acesso aos trabalhos instalados em regiões nem sempre ao alcance dos interessados.
Participaram do projeto Angelo Venosa, Arthur Barrio, Carlos Fajardo, Carmela Gross, Eliane Prolik, José Resende, Nelson Felix, Nuno Ramos e Waltercio Caldas. Venosa, por exemplo, criou um enorme labirinto de pedra (“O Aleph”) para um parque natural em Santana do Livramento (RS) e Nuno Ramos ocupou cerca de 5.000 metros quadrados em Barra do Quaraí (RS) com a obra “Miruano”, conjugado de blocos de mármore e espelhos.
No livro, além de boas fotos das obras e de seu processo de produção, há textos críticos da curadora Sônia Salzstein e entrevistas com cada um dos nove artistas.
“O universo de obras resultou em algo, como não podia deixar de ser, bastante heterodoxo, remetendo a diversas vertentes contemporâneas (…) e explorando, ademais, espaços não alcançados pelo aparato cultural habitualmente disponível”, escreve Salzstein no prefácio.