Livro de antropólogo traz vivências de imigrantes e refugiados

O livro aborda a realidade daqueles que vão habitar às margens da cidade e delineia uma separação visível entre refugiados brancos e refugiados negros,

As experiências de imigrantes e refugiados no bairro de Guianases, a diferença entre as vivências do refúgio branco e do refúgio negro e os serviços de saúde mental para essa parcela da população são os temas do livro “Viajantes do Tempo”, do antropólogo Alexandre Branco Pereira, que será lançado no próximo sábado (14) em São Paulo.

Alexandre fez uma etnografia junto a imigrantes e refugiados moradores de São Paulo entre 2017 e 2019. O livro aborda a realidade daqueles que vão habitar às margens da cidade e delineia uma separação visível entre refugiados brancos e refugiados negros, calcada na experimentação do racismo. É frequente imigrantes e refugiados “descobrirem” que são negros quando chegam ao Brasil.

Outra questão abordada pela etnografia são as dinâmicas dos serviços de saúde mental chamados culturalmente sensíveis, ou transculturais, especializados no atendimento a imigrantes e refugiados. Esses serviços, de estabelecimento relativamente recente, têm se multiplicado no Brasil, e propõem realizar ajustes tidos como culturais nos atendimentos psicológicos e psiquiátricos para essa população.

O antropólogo, que atuou de maneira prática em um desses serviços durante a pesquisa, apresenta os conflitos suscitados a partir do conceito de cultura adotado por psicólogos, psicanalistas e psiquiatras.

O lançamento do livro acontecerá na Livraria da Vila, no Jardim Pamplona Shopping (Rua Pamplona, 1.704) a partir das 17h. O livro “Viajantes do tempo: imigrantes-refugiadas, saúde mental, cultura e racismo na cidade de São Paulo” é o segundo livro do antropólogo Alexandre Branco Pereira.

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