As inscrições para o edital de cinema do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) começam hoje, somente para filmes de longa-metragem que já tenham certificado de aprovação da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pois o investimento se dá com o recurso do artigo 1º da Lei do Audiovisual.
O BNDES, que patrocina a atividade desde 1996, destinará R$ 12 milhões para o edital, a serem distribuído para, no máximo, 20 produções, com teto de R$ 1,5 milhão (para filme de ficção), R$ 1 milhão (para animação) e R$ 500 mil (para documentário), que podem representar entre 25% e 75% do orçamento total. O filme não precisa ser finalizado em película, como no edital da Petrobrás. Todo o regulamento está à disposição no site www.bndes.gov.br/cinema.
No edital anterior, foram inscritos 230 projetos e selecionados 18, 2 dos quais já exibidos: O Mistério de Irma Vap, já lançado comercialmente, e o longa de animação Bichos, exibido no festival Anima Mundi deste ano. Uma nova cláusula do regulamento exige que, para receber a terceira e última parcela do financiamento do BNDES, correspondente a 25% do total, o produtor apresente um contrato de distribuição. “Com isso, evita-se o acúmulo de filmes prontos e sem previsão de lançamento”, explica o assessor da presidência do BNDES para assuntos culturais, Sérgio Sá Leitão.
Ele lembra que o BANDS dispõe de R$ 22 milhões para investir em cinema este ano, R$ 12 milhões para o edital e R$ 10 milhões para fundos de cinema. “Em 2005, foram R$ 10 milhões para este edital, R$ 2 milhões para a reforma da Cinemateca Brasileira e R$ 7 milhões para o Fundo de Cinema da Riobravo”, enumerou Sérgio. “No fundo, privilegiamos os filmes que servem ao mercado, enquanto o edital contempla a diversidade da produção nacional.”
As inscrições vão até 1º de setembro e o resultado será conhecido em 31 de outubro. Nesse intervalo, haverá uma pré-seleção em que os produtores e/ou diretores farão a defesa oral de seu projeto. Sérgio adianta ainda que a comissão foi orientada a espelhar, no resultado, a tendência da demanda. “É claro que a produção se concentra na região Sudeste e muitos filmes e diretores de outros Estados se ligam a produtores daqui”, ressalta ele. “Quanto aos gêneros, procuramos também refletir a demanda e, por isso, não há determinação de cotas para documentário, ficção ou faixa de público a que se destina o filme.”