Imagem (logo) do governo temporário de Temer lembra bandeira da ditadura militar

logo temer

Deixando transparecer que já havia pensado na imagem de seu governo, ao assumir interinamente a presidência da República, Michel Temer mostrou seu novo slogan e logo. O desenho conta com o centro azulado e estrelado da bandeira brasileira. Exceto um detalhe, o desenho usa como base a bandeira que foi utilizada pelo país entre 1960 e 1968.

Na imagem que foi divulgada oficialmente estão 22 estrelas. O detalhe é que a bandeira atual conta com 27 estrelas—que representam cada estado brasileiro e o Distrito Federal.

Na prática, cinco estados não estão representados no logo do governo federal. Como observa o jornal Folha de S. Paulo, esses estados são: Acre, Amapá, Roraima, Rondônia e Tocantins.

O Acre aparece na bandeira brasileira em 1968. Os demais estados passaram a ser representados em uma versão adotada a partir de 1992.

As estrelas refletem o céu do Rio de Janeiro na noite de 15 de novembro de 1889, dia da Proclamação da República.

Historia

Lopes_Trovão_chargeA Bandeira Nacional do Brasil tem um longo histórico de evolução em seu desenho. A extensão e importância estratégica daquilo que foi, inicialmente, um território ultramarinho do Império Português, logo justificariam a adoção de sinais distintivos. A manutenção do sistema monárquico, encabeçado por um regente português, favoreceria a perpetuação de símbolos já usados. Mesmo após a proclamação da República, muito se manteve do pavilhão do antigo regime.

Uma das primeiras bandeiras republicanas foi proposta por José Lopes da Silva Trovão. Inspirada na bandeira dos Estados Unidos, ela preservava as treze listras referentes às treze colônias americanas. Além disso, dispunha vinte estrelas em grupos de cinco, sobre quadrilátero preto, que homenageava a população negra do país. Não estava representado o Município Neutro nessa primeira versão. Essa bandeira foi içada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 15 de novembro de 1889[16] , hasteada por José do Patrocínio. Uma versão muito parecida, mas com as estrelas dispostas de maneira diferente sobre campo azul, foi usada no mastro do navio Sergipe, que levou a família imperial brasileira ao exílio. Outra versão, também com campo azul, mas contando vinte e uma estrelas, foi hasteada na redação do jornal A Cidade do Rio. Foi essa versão alternativa que o governo provisório republicano adotou por quatro dias.

Em 19 de novembro de 1889, Lopes Trovão, acompanhado de comitiva, foi à casa de Deodoro da Fonseca para oficializar o pendão por ele criado. Deodoro, monarquista por toda a vida, considerou a proposta de Trovão muito parecida com a bandeira estadunidense e sugeriu que a nova bandeira fosse igual a bandeira imperial, com a eliminação da coroa imperial que encimava o brasão de armas[17] [18] [19] .

A primeira proposta de bandeira republicana serviu de base para, primeiramente, a bandeira do Estado de Goiás, apesar de outras bandeiras estaduais serem semelhantes, como as dos estados de Sergipe e do Piauí.

Outra bandeira republicana vetada foi a que atualmente representa o estado de São Paulo, criada em 1888 pelo abolicionista Júlio Ribeiro. Foi hasteada no palácio do governo nos primeiros dias da República[16] . A bandeira de Ribeiro, porém, ficaria caracterizada como a bandeira do Estado de São Paulo, sendo seu uso cívico consolidado apenas com a Revolução de 1932.

Cabe ressaltar que, durante os primeiros anos da República, não houve uma total uniformização do estandarte pelo território, havendo diversos exemplares com pequenas imprecisões ou mesmo outras bandeiras completamente diferentes, criadas de maneira informal. Dentre as versões alternativas, as que mais foram usadas apresentavam uma estrela vermelha de cinco pontas – símbolo republicano – sobre o brasão imperial ou tomando todo o centro do losango amarelo.

band oficialA atual bandeira nacional mantém, embora um pouco modificado, o campo verde e o losango amarelo da bandeira imperial. Substituiu-se o brasão de armas imperial pelo círculo que, como a anterior, também representa a esfera celeste; a faixa eclíptica pela faixa azimutal e a cruz da Ordem de Cristo pelo Cruzeiro do Sul.

A ideia da atual bandeira foi desenvolvida por um grupo formado pelo positivista Raimundo Teixeira Mendes, vice-diretor do Apostolado Positivista do Brasil, por Miguel Lemos, diretor do Apostolado Positivista do Brasil, e por Manuel Pereira Reis, catedrático de astronomia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. O desenho do disco azul foi executado pelo pintor Décio Vilares e, por indicação de Benjamin Constant, acrescentou-se em meio às estrelas a constelação do Cruzeiro do Sul, com as estrelas Acrux e Gacrux equilibradas no instante 13 sideral.

Embora não houvesse mais modificações quanto às dimensões e as suas formas, a bandeira adotada pelo decreto n.° 4, de 19 de novembro de 1889, permanece intacta até hoje, à parte o acréscimo de algumas estrelas, no círculo azul, representativas dos novos Estados.

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