Governo vai apoiar exportação e divulgação de música independente


O Programa de Apoio à Exportação de Bens Culturais irá, a
partir de maio, levar ao exterior a música independente brasileira. O
programa já trabalha com a divulgação e venda de produções
cinematográficas e televisivas e é uma parceria dos ministérios da
Cultura, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior e da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex).
O anúncio foi feito pelo secretário especial do ministério da Cultura,
Sérgio Sá Leitão. Segundo ele, o ministério não pode ver apenas a
cultura como um “direito social, mas temos que ajudar a indústria a
desatar os nós que atrapalham o seu desenvolvimento”, afirmou durante a
solenidade de comemoração dos 20 anos do ministério.
Em entrevista à Radiobras, o secretário explicou que o programa é
realizado em conjunto com a iniciativa privada para capacitar e
estimular o setor a aproveitar as oportunidades para exportar bens
culturais. “Ele demanda uma contrapartida de investimentos das próprias
empresas privadas – gravadoras, distribuidores, produtores. Você junta
esforços para aproveitar as oportunidades de mercado”. As
contrapartidas vão desde o licenciamento gratuito ao investimento
direto.
Sergio Sá diz que as grandes gravadoras “fazem parte de grupos
transnacionais e a participação delas está condicionada à estratégia
global desses grupos dos quais elas são braços. Por isso, escolhemos
como parceiras prioritárias as gravadoras independentes por meio da
Associação Brasileira de Música Independente [ABMI] que congrega hoje
mais de cem selos”. O secretário ressalta que hoje a música
independente brasileira “já engloba, não só os iniciantes, mas uma boa
parte dos grandes artistas, como Maria Bethânia, Djavan e Ivan Lins”.
De acordo com Sergio, a idéia é atuar com os distribuidores
internacionais, que são os possíveis compradores, e gerar uma nova
demanda pelos produtos brasileiros por meio da participação em feiras,
realização de shows, disponibilização gratuita de conteúdos para a
veiculação em televisão. “Isso gera a demanda e da próxima vez essas
emissoras terão que pagar por isso”, destaca.
O investimento para as três áreas (TV, cinema e música) é de R$ 30
milhões repassados por todos os órgãos parceiros. 

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