Anuário da Cultura faz “fotografia” inédita do setor, diz coordenadora da Secretaria de Políticas Culturais.
Uma fotografia cultural do Brasil. Assim é definida a publicação Cultura em Números – Anuário de Estatísticas Culturais 2009, pela coordenadora-geral de Economia da Cultura e Estudos Culturais da Secretaria de Políticas Culturais (SPC) do Ministério da Cultura, Juliana Nolasco. A compilação, sem precedentes no país, traz centenas de tabelas e gráficos sobre as expressões culturais, divididas em cinco áreas: oferta, demanda, indicadores, financiamento e gestão pública.
Segundo a coordenadora, o Anuário é útil para gestores públicos e privados na elaboração de políticas e projetos, além de subsidiar pesquisadores e a sociedade civil. Está detalhada ali, por exemplo, a distribuição dos equipamentos culturais (cinemas, teatros, bibliotecas etc.) em cada região. Nesse e em outros aspectos é possível conhecer a evolução positiva ou negativa nos últimos anos, em cada estado e em nível nacional.
Cultura em Números faz parte da política de informações e indicadores culturais do Ministério e pretende contribuir para a consolidação do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), um dos pilares do Plano Nacional de Cultura (PNC).
Leia, a seguir, a entrevista com Juliana Nolasco.
Para quem e de que modo o Anuário será útil?
Ele é útil para gestores públicos e privados de cultura na elaboração de políticas e projetos culturais. Será importante também para subsidiar pesquisadores e a sociedade civil em geral. As informações disponibilizadas serão subsídios para a objetividade da gestão cultural e também para a avaliação das ações realizadas no setor nos últimos anos.
Que período os dados publicados abrangem? Como os cenários mudam, parte desses números não está defasada?
O Anuário foi uma iniciativa de reunião de dados que já existiam. A maioria dos dados corresponde ao período 2006-2007, como resultado do trabalho de consolidação da informação cultural. Algumas informações sobre financiamento cultural foram apresentadas em série, e nesse caso os dados têm como referência inicial o período de 1996. A avaliação da informação dependerá de sua aplicação, logo esses cenários anteriores podem ser considerados bastante significativos.
De que forma a publicação se relaciona com o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC) e com o Plano Nacional de Cultura (PNC)?
O Anuário é fruto da visão do MinC em relação ao desenvolvimento e à relevância das informações e indicadores culturais. Define-se como um trabalho que procurou sistematizar as diversas informações existentes, porém dispersas, além de proporcionar uma leitura leve e agradável. É o primeiro documento deste Ministério que disponibiliza estatísticas e indicadores diversificados. Essa diversidade de informações contribuiu para o desenho inicial do SNIIC, que se orientou nas cinco áreas definidas para pensar a produção e a disseminação de novas informações culturais. Além disso, o Anuário traz a primeira “fotografia cultural” do Brasil, na medida em que reúne dados a respeito de equipamentos culturais, feiras, grupos artísticos, atividades artesanais, consumo, financiamento e gestão cultural, entre outros. Essa fotografia deverá se consolidar no âmbito do SNIIC, e consequentemente proporcionará diversos resultados no desenvolvimento e na aplicação do PNC, como facilitar o acompanhamento de suas metas.
Quais são os próximos passos, no que diz respeito a indicadores e ao SNIIC?
O MinC está desenvolvendo o projeto para implantação do SNIIC. Nesse momento, encontra-se em fase de elaboração a proposta conceitual e tecnológica para o desenvolvimento do Sistema. Paralelamente, cooperamos com o desenvolvimento de sistemas estaduais de informações e indicadores culturais por meio de um projeto piloto com dois estados: Santa Catarina e Bahia.