Programa
Quarta-feira, 09 de agosto de 2006
21h30 Show de abertura com Maria Bethânia
A FLIP 2006 abre em grande estilo, trazendo um dos maiores ícones da música brasileira. Dona de um timbre extraordinário, ao longo de mais de quarenta anos, Bethânia reinventou clássicos da música nacional e criou outros. Com estilo próprio e uma forte presença no palco, onde combina elementos da música, da literatura e do teatro, o show de Bethânia na FLIP não deixa de ser uma breve demonstração de sua trajetória artística e da união indissolúvel entre texto e canto. E por que não dizer que a Bahia de Bethânia vai encontrar em Parati a Bahia de Jorge Amado?
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Quinta-feira, 10 de agosto de 2006
10h Mesa 1 – Invenções do interior
MARIA VALÉRIA REZENDE, ANDRÉ LAURENTINO, JULIANO GARCIA PESSANHA
“Interior” é geografia, mas também subjetividade. Um lugar no mapa ou o fundo do homem. É entre esses interiores e seus conflitos que nasceram, física e literariamente, escritores tão distintos quanto os reunidos nesta mesa. Maria Valéria Rezende encena em O vôo da guará vermelha as esperanças e desejos de dois personagens que, vindos do interior, encontram-se na cidade grande, cenário da busca metafísica de Juliano Garcia Pessanha em livros como Ignorância do sempre. A paixão de Amâncio Amaro, estréia literária de André Laurentino, se passa no sertão pernambucano, mas é em outros interiores que circulam seus delicados personagens.
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11h45 Mesa 2 – Vozes em verso
ASTRID CABRAL, CARLITO AZEVEDO, MARCOS SISCAR
Este encontro de três premiados poetas de dicção tão própria é uma boa oportunidade para se conhecer a diversidade da lírica brasileira contemporânea. A Amazônia de Astrid Cabral (De déu em déu, 1998, Rasos d’água, 2003) é uma presença forte em sua obra, que se distingue pelo olhar crítico sobre o cotidiano, o tom coloquial e a indagação metafísica. São esses traços também marcantes no trabalho de Carlito Azevedo (Collapsus Linguae, 1991, Sublunar, 2001) e de Marcos Siscar (O roubo do silêncio, 2006), cujas poesias procuram estar à altura do fervilhamento da vida e de seus múltiplos estranhamentos.
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15h Mesa 3 – Homenagem a Jorge Amado
MYRIAM FRAGA, ALBERTO DA COSTA E SILVA, EDUARDO DE ASSIS DUARTE Para homenagear Jorge Amado (1912-2001), autor de clássicos inesquecíveis como Gabriela, cravo e canela e Dona Flor e seus dois maridos, e que estaria completando 94 anos neste dia, três intelectuais discutem seu legado literário. Alberto da Costa e Silva, poeta, ensaísta, membro da Academia Brasileira de Letras, é grande especialista em assuntos africanos. Eduardo de Assis Duarte é autor de Jorge Amado: romance em tempo de utopia. Escritora e biógrafa, Myriam Fraga é diretora da Fundação Casa de Jorge Amado, em Salvador.
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17h Mesa 4 – De onde vêm as palavras
DAVID TOSCANA, MÁRIO DE CARVALHO
“De onde surgiu a idéia para seu livro?” é a pergunta com que os escritores mais se deparam. Mário de Carvalho, um dos mais importantes romancistas portugueses da atualidade, falará sobre a inspiração que deu origem a alguns de seus trabalhos mais significativos. A seu lado estará David Toscana, principal nome da nova geração de escritores mexicanos. Entre os livros publicados por Mário de Carvalho, destacam-se o romance histórico Um deus passeando pela brisa da tarde e a sátira política Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto. Os títulos de David Toscana já lançados no Brasil são O último leitor e Santa Maria do Circo.
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19h Mesa 5 – Palavras da rua
BENJAMIN ZEPHANIAH
Poeta rastafári, DJ, dramaturgo, romancista, vegetariano convicto e mestre de kung-fu — Benjamin Zephaniah expressa suas idéias de maneira clara e direta, destacando-se no mundo literário britânico. Superou as dificuldades de crescer em meio à discriminação racial de seu país e levou a experiência das ruas a livros de poesia como Too black, too strong e City psalms, além de romances como Refugee boy e Gangsta rap. Poeta premiado e leitor performático, Zephaniah ergue uma voz enérgica e solitária em defesa dos pobres e marginalizados da Grã-Bretanha, e compartilhará conosco um pouco do seu trabalho.
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Sexta-feira, 11 de agosto de 2006
10h Mesa 6 – Prosa, política e história
ALONSO CUETO, LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL, OLIVIER ROLIN
A boa literatura é um espelho que reflete nossas experiências individuais e coletivas. Três autores que utilizaram a ficção para recriar eventos históricos e atuais discutem o papel da literatura na compreensão da política e da história. A margem imóvel do rio é um dos romances históricos de Assis Brasil em que, nas palavras de um crítico, “ao invés de sair do Brasil o autor entra nele como em uma geografia misteriosa”. Alonso Cueto é o autor de A hora azul, um relato perturbador do Peru contemporâneo. Tigre de papel é um dos romances de Oliver Rolin que se baseia em memórias da França nos anos 60.
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11h45 Mesa 7 – As matérias do romance
IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO, MIGUEL SANCHES NETO, WILSON BUENO
Três escritores conversam sobre os caminhos de sua criação literária. A ficção de Wilson Bueno (Cachorros do céu, Amar-te a ti nem sem sei com carícias) intervém no coração da escrita para subverter “a moral da história” e criar personagens do cotidiano nacional. A obra de Loyola se consolidou durante o regime militar, ao qual faz alusão na prosa fragmentária e descarnada de Zero e Não verás país nenhum, romances marcados por um realismo feroz, reflexo também da brutalidade da vida brasileira. Na obra de Miguel Sanches Neto (Chove sobre a minha infância, Venho de um país obscuro) predomina a relação entre invenção e registro autobiográfico.
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15h Mesa 8 – Conferência Zé Kleber: literatura e política
TARIQ ALI
Mais uma vez a FLIP homenageia Zé Kleber (1932-1989), querido poeta, ator, músico, cineasta e político de Parati. Na palestra deste ano, o romancista e ensaísta Tariq Ali, principal intelectual de esquerda da Grã-Bretanha e editor da revista New Left Review, abordará a complexa relação entre as esferas literária e política. Qual seria a função da literatura, já considerada um veículo de mudança política e social nos dias de hoje? Até que ponto a política se reflete na ficção? Os trabalhos de não-ficção mais recentes de Tariq Ali são Confronto de fundamentalismos e Bush na Babilônia. As novas faces do império será lançado na FLIP.
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17h Mesa 9 – Profissão repórter: a arte da reportagem
LILLIAN ROSS, PHILIP GOUREVITCH
O primeiro evento deste ano dedicado à arte da reportagem contará com dois grandes jornalistas, que expressarão seus pontos de vista sobre o papel do repórter envolvido com grandes eventos “Acho que a reportagem e o relato de fatos são uma forma imaginativa,” afirma Philip Gourevitch, editor da publicação The Paris Review e autor do livro Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias. Ele conversará com Lillian Ross, referência lendária do jornalismo narrativo e baluarte da revista norte-americana The New Yorker, que escreveu clássicos como Reporting e Filme.
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19h Mesa 10 – A arte de narrar
TONI MORRISON
Nenhum outro romancista retratou a realidade dos negros norte-americanos com tanta força e sensibilidade quanto Toni Morrison, ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em 1993. Na entrega do prêmio, a Academia Sueca louvou a “força visionária e o significado poético” de seus romances, que trazem à luz um aspecto essencial da formação dos Estados Unidos. Nesta ocasião notável, a autora de Amor, Os cânticos de Salomão e Amada — escolhido recentemente como a melhor obra norte-americana de ficção dos últimos 25 anos — discorre sobre a literatura e sua capacidade inigualável e duradoura de informar, entreter, enriquecer e iluminar.
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Sábado, 12 de agosto de 2006
10h Mesa 11 – Do amor e outros demônios
ANDRÉ SANT´ANNA, LOURENÇO MUTARELLI, REINALDO MORAES
Amor, sexo, escatologia. Erotismo e humilhação. Desbunde e melancolia. Narradores anônimos, míopes ou fragmentários. A prosa dos escritores Reinaldo Moraes (Tanto faz, Umidade), André Sant’anna (Amor, O paraíso é bem bacana) e do premiado cartunista Lourenço Mutarelli (O cheiro do ralo, O natimorto) se desenvolve num fluxo ora caudaloso, ora taquigráfico, expondo a superficialidade, a violência, os impasses e os paradoxos das relações humanas.
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11h45 Mesa 12 – Muitas vozes
FERREIRA GULLAR, MOURID BARGHOUT
Histórias sobre o exílio e o regresso sempre acompanharam a humanidade. Este painel reúne dois poetas extraordinários que souberam fazer da experiência do tempo passado, do banimento e do risco da perda das raízes matéria viva do poema. Há trinta anos, Ferreira Gullar escrevia no exílio o Poema sujo, uma reflexão vigorosa e penetrante sobre a infância, a perda e o resgate. Mourid Barghouti viveu três décadas distante de sua terra, a Palestina, antes de finalmente retornar. Em Eu vi Ramallah, o autor narra as memórias de seu retorno de modo lírico e comovente.
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15h Mesa 13 – Profissão repórter: na linha de frente
CHRISTOPHER HITCHENS, FERNANDO GABEIRA
Uma linha tênue separa a palavra impressa e o engajamento na obra de dois proeminentes jornalistas, que se encontram para falar da motivação incessante para relatar fatos e defender esse direito. Uma das figuras mais polêmicas da Grã-Bretanha, e eleito um dos cinco maiores intelectuais da atualidade, Christopher Hitchens (Amor, pobreza e guerra) é famoso por rejeitar idéias pré-concebidas para atingir o cerne das questões que nos afetam nos tempos de hoje. No mesmo patamar está o escritor e político brasileiro Fernando Gabeira (O que é isso companheiro?), conhecido tanto por sua militância como por suas reportagens.
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17h Mesa 14 – O último leitor
RICARDO PIGLIA
A crítica literária pode ser uma forma de autobiografia? O escritor argentino Ricardo Piglia propõe essa questão em suas notáveis reflexões sobre as grandes obras da literatura. “Escrever ficção muda a maneira como lemos, e a crítica que um escritor escreve é o espelho secreto de sua obra”, diz Piglia em Formas breves. Neste evento excepcional, um dos mais respeitados romancistas e críticos literários da Argentina, autor de Respiração artificial e O último leitor, avalia em que medida “o crítico encontra a sua vida no interior dos textos que lê”.
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19h Mesa 15 – Nas fronteiras da narrativa
ALI SMITH, JONATHAN SAFRAN FOER
Para cada crítico que lamenta o estado do romance moderno surge um romancista capaz de demonstrar as infinitas possibilidades de renovação desse gênero literário. Dois dos mais criativos autores da literatura em língua inglesa lêem seus trabalhos e mostram como o futuro do romance depende da disposição dos autores para afrontar suas fronteiras formais. O livro de estréia de Jonathan Safran Foer, Tudo se ilumina, e sua continuação, Extremamente alto, incrivelmente perto, desafiam as convenções da ficção contemporânea. Em romances como Hotel World e o premiado Por acaso, Ali Smith explora os limites da narrativa literária.
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Domingo, 13 de agosto de 2006
11h Mesa 16 – Bagagem
ADÉLIA PRADO
Arte, ciência, filosofia e religião nascem da nossa busca por respostas a perguntas fundamentais relacionadas à gratuidade de nossa existência. Porém, argumenta Adélia Prado, somente a arte e o misticismo, que ultrapassam a razão e nos tocam onde realmente interessa, as emoções, dão um acesso abrangente à vivência humana. Felicidade e tristeza resultam do ato de sentir emoções, não de entendê-las. São os afetos que movem, comovem. Essa é a bagagem que carregamos e sobre a qual falará uma das mais proeminentes poetisas brasileiras.
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15h Mesa 17 – Experiências
NICOLE KRAUSS, EDMUND WHITE
Como a experiência individual se reflete na literatura? Onde termina a memória e começa a imaginação? Dois escritores norte-americanos que exploram seus passados na criação de ricos trabalhos ficcionais e autobiográficos examinam os efeitos das experiências pessoais que viveram sobre sua escrita. A nova-iorquina Nicole Krauss é autora dos romances Man walks into a room e A história do amor, ambos muito elogiados pela crítica. Edmund White, que escreveu romances semi-autobiográficos como Um jovem americano e O homem casado, publicou uma biografia de Jean Genet e, mais recentemente, um livro de memórias, My lives.
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16h45 Mesa 18 – África, Áfricas
ONDJAKI, UZODINMA IWEALA
Para aqueles que conhecem a África somente por meio da mídia, a região parece ser pouco mais que uma sucessão de crises. Dois jovens escritores nos ajudam a conhecer melhor a realidade de países destruídos pela guerra, em romances que mostram a face humana do continente. O nigeriano-americano Uzodinma Iweala é o autor de uma narrativa admirável sobre uma criança-soldado, Feras de lugar nenhum, um estudo sobre as maneiras como o conflito armado aniquila a inocência. Em livros como Bom dia camaradas e Quantas madrugadas tem a noite, Ondjaki explora com lirismo as memórias da infância em uma Angola pós-guerra civil.
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18h30 Mesa 19 – Livros de cabeceira
ALI SMITH, ADÉLIA PRADO, BENJAMIN ZEPHANIAH, , DAVID TOSCANA, EDMUND WHITE, JONATHAN SAFRAN FOER, MÁRIO DE CARVALHO
No encerramento da quarta edição da FLIP, trazemos mais uma vez um banquete com o melhor da literatura. Os autores convidados compartilham com o público seus livros prediletos, livros lidos e relidos, companhias inseparáveis. Termina a FLIP 2006. Começa a de 2007.
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FLIP etc
Quinta-feira, 10 de agosto de 2006
23h Show Musical
Renato Anesi, Marquinho Mendonça e acompanhantes.
Local: Café Paraty R$ 30
Sexta-feira, 11 de agosto de 2006
23h Show Musical
Marcos Valle e Patrícia Alvi. (teclado e voz)
Local: Café Paraty R$ 30
22h Leitura Performática
Leitura performática com Gozo Yoshimazu e participação especial de Marilya Corbot.
Local: TENDA AZUL (Grátis)
Sábado, 12 de agosto de 2006
23h Show Musical
Yamandú Costa
Local: Café Paraty R$ 30
Domingo, 13 de agosto de 2006
21h30 Show Musical
Andréa Gorgati, voz e violão
Local: Café Paraty R$ 10